O candidato tucano ao Governo, Wilson Santos, afirmou que não se arrepende de ter abandonado seu segundo mandato na Prefeitura da Capital pela metade para concorrer as eleições majoritárias deste ano. Segundo ele, um prefeito, por si só, não resolve os problemas do Município.
Durante uma entrevista à Rádio Band FM e TV Cidade Verde (Band/12), nesta semana, admitiu publicamente que grande rejeição ao seu nome em Cuiabá, conforme pesquisas de intenção de voto do Vox Populi e Ibope, é reflexo de sua desincompatibilização do cargo, no final de março passado.
O tucano, que já esteve em primeiro e depois caiu para o segundo lugar, hoje possui 15% das intenções de voto na Capital.
"Não acredito que minha saída tenha sido um erro, apesar de muita gente mostrar resistência. Ao permanecer na Prefeitura por cinco anos e três meses, percebi que nenhum prefeito vai resolver a situação de Cuiabá", analisou.
Como exemplos, Wilson citou o saneamento, a pavimentação de quase 500 km, que ainda faltariam para Cuiabá ser totalmente asfaltada, além dos "gargalos" no setor da Saúde Pública.
"Nenhum gestor vai resolver o problema da Saúde em nível municipal. A Prefeitura não tem arrecadação suficiente. Como governador, eu vou assumir essa dívida e jogar para o Estado. Assim, o prefeito terá pelo menos R$ 70 milhões líquido para investir na própria cidade. Coisa que eu não tive", afirmou o tucano.
De acordo com o candidato, além da arrecadação insuficiente, a dívida paga pelo Município à União faz com que não haja dinheiro suficiente para que se invista em melhorias.
"Cuiabá pagou, no ano passado, R$ 60 milhões para a União. Quando assumi a Prefeitura, devia R$ 365 milhões. Em cinco anos, paguei R$ 200 milhões e, hoje, a dívida está em R$ 410 milhões. Era para ter diminuído, mas aumentou", disse.
O ex-prefeito afirmou que nunca fez renegociações com a União e que um fator do aumento descomunal da dívida seria o indexador, que é "draconiano e violento contra os municípios".
"A União trata os Municípios como escravo, como burro de carga. Como governador, repito, assumo essa dívida. O Estado pode assumi-la e dividir as parcelas em 40 anos, devolver capital de até R$ 70 milhões, que poderão ser pagos a título de dívidas, para investimentos em pavimentação, em saneamento e em outras áreas", explicou.
Wilson também comparou o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que reflete diretamente na infraestrutura das cidades, com Campo Grande (MS).
Em 2010, segundo o candidato, Campo Grande arrecadará R$ 120 milhões, número superior aos R$ 25 milhões que a capital mato-grossense terá recolhido.
"Você não tem, praticamente, capacidade nenhuma de investimento em uma Capital onde 70% da população não paga o IPTU. Quando eu entrei, a arrecadação girava em torno de R$ 10 milhões. Hoje, esse número aumentou 150% e, mesmo assim, é pífio. As condições econômicas dos municípios são gravíssimas", completou o candidato.
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