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Nacional
Segunda - 20 de Setembro de 2010 às 17:15
Por: Daniel Mello

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  Maioria dos entrevistados relataram que sofre agressões físicas severas; lares são desestruturados
Maioria dos entrevistados relataram que sofre agressões físicas severas; lares são desestruturados
Transtornos mentais, com necessidade de tratamento clínico, afetam 27% das crianças que trabalham nos semáforos paulistanos e 40% têm problemas emocionais ou de aprendizado. Essas são algumas das conclusões de um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a organização não governamental (ONG) Instituto Rukha. A pesquisa avaliou as condições de vida de 126 jovens que passam os dias em cruzamentos e de seus irmãos, totalizando 191 menores.

Entre os jovens entrevistados, 72% relataram sofrer punições físicas severas, assim consideradas de acordo com critérios da Organização das Nações Unidas (ONU).

A coordenadora do estudo, Andrea Feijó, descreve esse grau de agressão, como "apanhar com objetos repetidas vezes", equivalente a surras de cinto ou a castigos semelhantes. Segundo Andrea, a presença das crianças ganhando dinheiro nas ruas está diretamente relacionada a lares desestruturados. "Trabalhar no farol faz parte do universo de uma família muito desestruturada. Existe alto índice de violência dentro da casa". A violência é encarada, destaca a pesquisadora, de maneira pedagógica pelas mães ."Como medida educativa, era frequente que elas batessem nos filhos bastante".

"A violência é um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais". O ambiente agressivo dentro de casa, somado à falta de condições financeiras das famílias, acaba impulsionando as crianças para as ruas. Para Andrea, muitas mães concordam com o trabalho nos semáforos, porque "várias delas também foram crianças que trabalharam no farol e isso é um padrão que se repete por meio das gerações".


 





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