Queimadas e desmatamento podem impedir a realização da Copa 2014 em Cuiabá
Caso Mato Grosso não adote uma política de prevenção e combate ao desmatamento e as queimadas, Cuiabá corre o risco de não poder sediar os jogos da Copa, em 2014. O alerta partiu do professor do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Roberto Quiaranda, durante seminário de Direito Ambiental promovido pelo Ministério Público Estadual, na sexta-feira (08/10), em Barra do Garças.
“Copa do Mundo não é só obra. É também clima, saúde e limpeza urbana”, ressaltou o professor. Destacou ainda que os meses de junho e julho, quando os jogos normalmente ocorrem, são os mais críticos no Estado. “Esse ano a umidade do ar nesse período chegou a 9%. Se a situação continuar da forma como está, eles sequer terão condições de efetuar a transmissão dos jogos”, afirmou.
Durante o evento, também foi destacada a necessidade de uma maior interação entre a Agecopa e os conselhos. “As ações não podem vir de cima para baixo, pois desta forma não terão sustentabilidade”, afirmou a professora Eliane Beatrice Rondon. O seminário discutiu, além do desmatamento e queimadas, a preservação dos recursos hídricos, popularização e aplicação do estudo de impacto e vizinhança, fiscalização e execução dos planos diretores municipais, resíduos sólidos e poluição sonora.
AVALIAÇÃO: O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da Procuradoria Especializada em Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, encerrou, na sexta-feira, em Barra do Garças uma série de seminários realizados nos municípios polos. Em março do ano que vem, evento semelhante deverá acontecer em Cuiabá.
“O Mnistério Público sabe que sozinho não consegue atender todas as demandas, necessitamos da parceria com a sociedade. O apoio dos órgãos públicos e das organizações não governamentais é fundamental para que consigamos efetivar uma atuação voltada para a defesa do meio ambiente”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra de Carvalho.
Ele enalteceu a iniciativa, destacando que, cada vez mais, o Ministério Público precisa ir ao encontro da sociedade, não apenas para ouvir as suas demandas, como também para estimulá-la a participar de discussões sobre assuntos que são de interesse público.
O titular da Procuradoria Especializada em Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, também fez uma avaliação positiva sobre os seminários e assegurou que para o ano que vem, as metas institucionais do MPE serão ainda mais próximas da sociedade.
“Durante esses seminários pudemos verificar os maiores dramas e estamos afunilando as denúncias recebidas. Pretendemos elaborar um pequeno inventário para implementar e modificar as metas institucionais para o próximo ano”, afirmou o procurador de Justiça.
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