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Terça - 02 de Novembro de 2010 às 09:28

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Velas, túmulos cheios de enfeites e de flores. O cemitério de Nossa Senhora da Piedade, além de ser o primeiro, é um dos principais cemitérios de Cuiabá. Construído em 1864, ele abriga os restos mortais de muitos personagens importantes para a história de Mato Grosso. Heróis que lutaram na Guerra do Paraguai, fundadores de cidades, políticos e barões. Pessoas influentes, que emprestaram seus nomes a ruas e praças, pessoas admiradas e que fizeram parte do desenvolvimento do Estado.

Desbravadores como Peixoto de Azevedo, que foi um dos primeiros a ser enterrados no cemitério da Piedade. Sob o túmulo datado de 1867 há a imagem de uma mulher, feita fora de Mato Grosso. Na época era costume encomendar os adornos dos túmulos na cidade do Rio de Janeiro ou até mesmo fora do país.

Outro túmulo antigo, de 1895, é de Augusto Leverger, mais conhecido como Barão de Melgaço. Augusto foi escritor, herói da Guerra do Paraguai e presidente da província de Mato Grosso em várias ocasiões. Dois municípios mato-grossenses homenageiam Augusto Leverger. São eles: Barão de Melgaço, que leva o seu nome e Santo Antônio
de Leverger que mistura a devoção por uma imagem de Santo Antônio encontrada no fundo do rio com o sobrenome  "Leverger".

Júlio Strubing Müller está enterrado próximo a uma das entradas. Entre os serviços executados por Júlio Müller estão o prédio da Escola Estadual Liceu Cuiabano, o Cine Teatro de Cuiabá e a ponte sobre o rio Cuiabá que leva o nome dele.

Poetas também fazem parte da lista. Os poetas Rubens de Mendonça e Benedito Silva Freire também foram enterrados no cemitério da Piedade. O historiador e escritor Rubens de Mendonça publicou diversos livros e Silva Freire, que nasceu em Mimoso (distrito de Santo Antônio de Leverger), usou as palavras para descrever o cerrado, o pantanal e outros temas ligados ao cotidiano do Estado.

Políticos como João Ponce de Arruda e Dante Oliveira estão enterrados no cemitério da Piedade. Ponce de Arruda governou Mato Grosso de 1956 a 1961. No túmulo de Dante está escrito sua fala mais conhecida, dita durante as Diretas Já: "Jamais seremos um povo livre enquanto tivermos um só brasileiro analfabeto, um único compatriota desempregado,
uma única criança passando fome nas ruas ou favelas".

O cemitério de Nossa Senhora da Piedade reúne muitas histórias, mas enfrenta problemas como furtos e vandalismo. Bandidos levam as placas de cobre dos túmulos para vender ou muitas vezes apenas destroem os túmulos. A ação desses vândalos não é impedida pelo muro alto que cerca o local, mas o cuidado de algumas pessoas faz com que o cemitério continue fazendo parte da nossa história.

 





Fonte: TVCA

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