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Nacional
Domingo - 29 de Setembro de 2013 às 01:42

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Gilson Vasconcelos
Valdinei Dias encara
Valdinei Dias encara "Paulão", que participou do assalto à mineradora no Pará
 Preso pela Polícia do Pará por suposto envolvimento no assalto à Mineradora Maney, no distrito de Cripurizinho em Itaituba (900 km ao Sul de Belém), José Mariano de Souza, conhecido como “Paulão”, afirmou que o objetivo da quadrilha não era ferir alguém durante a ação criminosa no dia 12 de setembro.
 
A área de garimpo invadida pelos quatro bandidos é de propriedade do empresário Valdinei Mauro de Souza, em sociedade com o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB).
 
Durante a ação criminosa, duas pessoas foram baleadas: o copiloto da aeronave, Sancler da Luz, que faleceu no último domingo (23); e o gerente da mineradora, Cláudio Rocha da Silva, 35, que passou por cirurgia e já recebeu alta do hospital.
 
“A nossa intenção não era matar alguém. A gente queria só o ouro. Infelizmente, o rapaz lá mexeu na arma e deu tudo errado. O tiro [que acertou Sancler] foi acidental. O irmão até brigou com o outro lá na hora por causa disso”, disse, em entrevista às TVs Record e Band.
 
 
Após atingir Sancler, o grupo teria, inclusive, tentado prestar socorro ao copiloto, segundo Paulão.
 
“Falavam que era pra conseguir um avião o mais rápido possível pra levar as vítimas para o pronto-socorro. Não era para atirar em ninguém, não. Um dos irmãos ficou pegando nele [Sancler] lá e falando que tinha muita fé em Deus que ele sobreviveria”, afirmou.
 
Capturado no final da tarde de domingo (22), em um hotel na cidade amazonense de Apuí (408 km ao Sul de Manaus), Paulão confirmou que a quadrilha havia recebido a informação de que havia, na mineradora, 25 kg de ouro, o que teria motivado a ação e a sua aceitação ao convite para que se juntasse ao bando.
 
Paulão trabalhava no Garimpo São Domingos quando foi recrutado para participar do assalto pelos irmãos identificados apenas pelos nomes de Nonato, Adão e Luiz, que hoje estão foragidos.
 
Paradeiro do trio
 
A Polícia Civil do Pará acredita que o trio de bandidos esteja escondido em Rondônia, segundo informações do delegado Alexandro Napoleão Santana, diretor da 19ª Seccional Urbana da Polícia Civil de Itaituba e superintendente interino da Polícia Civil de Tapajós.
 
Em entrevistas às duas emissoras, no início da semana, ele afirmou que todos os indícios apontam que a rota de fuga adotada pelos criminosos acaba em Rondônia.
 
“Diligências já estão sendo montadas naquele Estado para tentar capturá-los”, disse o delegado.
 
Santana afirmou que a polícia não tem dúvidas de que, apesar da violência usada no crime, a ação se trata de assalto.
 
“A equipe da Polícia Civil de Itaituba foi até o garimpo na semana passada e retornou com depoimentos e relatório de emissão que indicava claramente que a principal motivação do crime foi o assalto à mineração, com o intuito de levar quilos de ouro”, afirmou.
 
Segundo o delegado, a linha de investigação ficou ainda mais forte após a prisão de Paulão que, em depoimento preliminar prestado na Delegacia de Apuí (AM), confirmou que a intenção do grupo era apenas levar o ouro guardado na mineradora.
 
“Ele afirmou em depoimento que não tinham interesse em matar ninguém, nem o dono da mineração, nem algum funcionário da empresa”, disse.
 
O crime
 
Segundo Paulão, a quadrilha acampou nas proximidades da Maney Mineradora, durante três dias, se preparando para o assalto.
 
 
Armados com fuzis, revólveres e uma espingarda de dois canos, o grupo surpreendeu o empresário Valdinei, que chegava à mineradora em uma aeronave da Pena Táxi Aéreo, pilotada pelo dono da empresa, Pena Fernandes, acompanhado de seu filho, do copiloto Sancler da Luz e um amigo.
 
Levando menos de um quilo de ouro, segundo a Polícia, a quadrilha sequestrou o avião que, ainda pilotado por Pena Fernandes, pousou em Jacareacanga, onde os bandidos desembarcaram e fugiram por uma região de mata para o Amazonas.
 
Paulão teria se separado do bando por não ter resistência para acompanhar o ritmo dos demais e por medo de ser assassinado pelos outros três integrantes.
 
À polícia, ele contou que o bando contou com a ajuda de um índio para chegar até o Amazonas, onde dividiram o ouro roubado do garimpo e se espalharam pela cidade.
 
Em coletiva realizada na segunda-feira (23), o delegado Alexandro Napoleão Santana afirmou que o autor dos disparos foi o homem identificado como Luiz. Já Nonato seria o chefe do bando.





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