A polícia recebe até 15 telefonemas com ocorrências semelhantes por mês. Quem atende ao telefone é treinado para dar as primeiras orientações enquanto a ambulância não chega - quando é o caso.
O pedido de ajuda da família de Davi foi feito ao Copom às 8h15 desta quarta-feira (9). Quem atendeu a irmã do bebê foi o soldado Jéferson. Ele deu as instruções para Nilza, mãe das crianças. Nesta quinta-feira (10), ele foi à casa da família, na Vila Carioca, Zona Sul de São Paulo, conhecer o bebê que ajudou a salvar. Davi está com saúde e a mãe, tranquila. Ela diz, no entanto, que jamais vai esquecer o sufoco que passou.
O número de ligações desse tipo para o 190 aumentou 50% nos últimos dois anos. Passou de 10 para 15 por mês. Geralmente, quem telefona está muito nervoso. E cabe ao policial militar manter a calma. “Para servir no Copom, ele passa por uma avaliação psicológica. É uma pessoa que sabe buscar a calma de quem está em total desespero do outro lado da linha”, explica o tenente Cleodato Moisés, porta-voz do comando de policiamento da capital.
Ao ouvir a irmã pedindo ajuda, o soldado contou com a experiência para identificar se a ligação era séria. Dos mais de 5 mil trotes que a PM recebe todos os dias, quase todos são feitos por crianças. O telefone 190 recebe cerca de 35 mil chamadas por dia. As mais comuns são sobre brigas, suspeita de crimes e barulho.
Saiba o que fazer
O manual de primeiros-socorros da American Heart Association indica os seguintes passos para desobstruir as vias aéreas de bebês, em casos de alimentos ou objetos ficarem presos:
- Mantenha o bebê de bruços em seu antebraço. Apóie a cabeça e a mandíbula com sua mão. Sente ou ajoelhe-se e apóie seu braço sobre a coxa ou o colo;
- Aplique até cinco batidas nas costas com o calcanhar de sua mãe livre entre as escápulas do bebê.
- Se o objeto não for eliminado após as cinco batidas, vire o bebê de costas. Afaste ou abra as roupas da parte anterior do tórax da vítima, somente se puder fazer isso rapidamente. Se for necessário, comprima o tórax do bebê através das roupas;
- Aplique até cinco compressões torácicas usando dois dedos da mãe livre para comprimir sobre o osso esterno (apóie a cabeça e o pescoço da vítima e segure o bebê com a mão e o braço, repousando o antebraço sobre seu colo ou coxa);
- Alterne a sequência de batidas nas costas e cinco compressões até o objeto ser removido ou o bebê conseguir respirar, tossir ou chorar.
A Sociedade Brasileira de Pediatria dá as seguintes recomendações para evitar que as crianças engasguem:
- Não ofereça alimentos a crianças menores de 4 anos sem amassar e desfiar as fibras.
- Não deixar pedaços de alimentos no prato, principalmente os arredondados.
- Os seguintes alimentos são de risco potencial para a aspiração: sementes, amendoim, castanha, nozes, milho, feijão, pedaços de carne e queijo, uvas inteiras, salsicha, balas duras, pipoca e chiclete.
- Mantenha os seguintes itens da casa longe do alcance de crianças menores de 4 anos: balões, moedas, bolinha de gude, brinquedos com peças pequenas, bolas pequenas, botões, baterias esféricas de aparelhos eletrônicos, canetas com tampa removível.
- Insista para que as crianças comam à mesa, sentadas. Evite alimentá-las enquanto correm, andam, brincam ou estão rindo. Não deixe as crianças deitarem com alimento na boca.
- Supervisione sempre a alimentação de crianças pequenas.
- Fique atento às crianças mais velhas. Muitos acidentes ocorrem quando irmãos ou irmãs oferecem objetos ou alimentos perigosos para os menores.
- Siga a recomendação da embalagem dos brinquedos, com relação à idade ideal para aquisição.
Comentários