Para agência, contaminação de funcionários não inspira grandes preocupações
Técnicos japoneses contaminados por radiação sairão do hospital em breve
Equipe da defesa civil japonesa usa capa azul para conduzir pessoas contaminadas pela radiação na usina nuclear, no Hospital Universitário de Fukushima; técnicos que tentam combater vazamento radioativo também se contaminaram
Dois técnicos hospitalizados pela exposição à radiação sofrida na usina nuclear danificada no Japão podem ter alta hospitalar em breve, disse a agência atômica da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (25). Ainda não se sabe como a contaminação ocorreu.
Enquanto lutavam para resfriar um dos reatores mais críticos da usina, na última quinta-feira (24), os dois operários e um colega foram expostos a níveis de radiação 10 mil vezes acima do previsto, fato que levou ao receio de que exista um vazamento no invólucro do núcleo do reator.
O diretor de saúde humana da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rethy Chem, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira, que o incidente não inspira maiores preocupações.
- Segundo informações que recebemos do Japão, eles provavelmente terão alta na segunda-feira. Desde minha perspectiva médica, se eles têm algo sério não terão alta na segunda.
Chem disse que é exagero descrever como queimaduras as lesões que os homens sofreram nos pés, mas que está claro que foram contaminados.
Reator usa plutônio, mais tóxico
Acredita-se que os técnicos, que trabalhavam em uma sala de turbinas, tenham ignorado os alarmes em seus equipamentos de monitoramento da radiação.
O reator em que eles trabalhavam, o número 3 (de seis ao todo), é o único a usar plutônio em sua mistura de combustível, sendo portanto mais tóxico que os outros, que empregam apenas urânio. O Japão pediu uma investigação para averiguar a razão do aparecimento repentino de níveis tão altos de radiação.
Mais de 700 engenheiros vêm trabalhando em turnos para estabilizar a usina danificada por um terremoto e um tsunami.
Segundo Graham Andrew, um alto funcionário da AIEA, a situação da usina não é alarmante, mas inspira cuidados.
- Pouca coisa mudou na usina Fukushima Daiichi nas últimas 24 horas. Algumas tendências positivas continuam, mas restam áreas de incerteza que causam preocupação séria.
Japoneses estudam problema em reator
Autoridades nucleares japonesas sugeriram que o recipiente de pressão da unidade poderia ter sido danificado, porém mais tarde minimizaram esse risco.
Indagado como é possível que radiação esteja saindo da usina se não houve danos ao receptáculo do reator, Andrew disse que ela pode estar vindo do vapor emitido pela usina superaquecida.
Ele disse que a radiação parece estar vindo do núcleo de combustível altamente radiativo, e não dos tanques que contêm combustível usado na usina, que também são motivos de preocupação.
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