As finalistas foram selecionadas entre 90 mulheres por uma comissão julgadora, após a avaliação de critérios como bom comportamento, testes de conhecimento e beleza. Elas desfilaram com trajes de gala e de passeio. Entre os jurados estiveram autoridades de Pernambuco, fotógrafos e jornalistas policiais, escolhidos pelas próprias detentas. O evento foi realizado no Clube dos Oficiais da Polícia Militar de Pernambuco. "A expectativa era muito grande, a torcida das meninas da colônia tambémera grande. Estava com fé que seria vencedora", disse a detenta ao G1.
Recolhida na Colônia Penal Feminina do Recife desde dezembro de 2010, sob acusação de homicídio - crime que nega a autoria -, ela contou que agora está vivendo dias de rainha. "Entrei na penitenciária com o vestido que usei no desfile e com a faixa de miss. Fui aplaudida por todos os funcionários e por minhas colegas. Foi um momento de muita felicidade para mim. Desfilei pelo corredor entre duas alas para as meninas verem como eu estava. Agora tenho de voltar à rotina da cela."
Rebecca espera poder voltar ao convívio com a sociedade o mais rápido possível. "Estou presa pelo artigo 121 do código [Penal Brasileiro], mas nunca fiz isso. Nunca matei ninguém. Ainda não estou sentenciada e minha audiência deve acontecer até o fim deste ano."
A Miss Penitenciária de Pernambuco está solteira, mas disse que não está preocupada em arrumar um relacionamento amoroso neste momento. "Estou concentrada em provar que sou inocente. Aproveito para agradecer a diretora da colônia onde estou, Alana Lígia, pela oportunidade de poder participar desse concurso, que ajuda no trabalho de ressocialização das detentas", afirmou Rebecca.
Pêmio
Rebecca recebeu um prêmio de R$ 1 mil, em cheque, e terá direito a um curso profissionalizante. A detenta Juana D’Ark de Lima ficou em segundo lugar. Inabel Priscila dos Prazeres ficou em terceiro. Além delas, os jurados também elegeram Soriana Maria da Silva como Miss Simpatia. Juana recebeu R$ 500 e Inabel ficou com R$ 250.
De acordo com a Seres, no sistema penitenciário pernambucano, a população carcerária feminina é de 1.516 mulheres, sob os regimes fechado e semiaberto.
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