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Internacional
Domingo - 27 de Março de 2011 às 15:48

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As autoridades sírias decidiram neste domingo derrubar o estado de emergência, que restringe as liberdades políticas, vigente desde 1963 e execrado pela população, ao mesmo tempo em que anunciaram um discurso do presidente, Bashar Assad, "muito em breve".

Por outro lado, reforços militares entraram neste domingo em Latakia, importante cidade costeira no noroeste da Síria, com o objetivo de conter os franco-atiradores entrincheirados nos telhados, que desde sexta-feira já mataram quatro pessoas, entre elas dois policiais, e feriram 150.

Em entrevista à agência de notícias France Presse, a assessora do presidente Assad, Buthaina Shaaban, revelou que "a decisão de revogar a lei do estado de emergência já foi tomada, mas não sei quando será aplicada".

A lei do estado de emergência, que entrou em vigor em 1963, ano em que o Partido Baath chegou ao poder, impõe restrições à liberdade de associação e movimento e permite a prisão de "pessoas que ameaçam a segurança".

Além disso, libera o Estado para interrogar pessoas, vigiar as comunicações e censurar a imprensa.

Rami Abdelrahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, expressou satisfação ao saber do fim do estado de emergência, e estimou que pelo menos 2.000 pessoas devem ser libertadas das prisões assim que a decisão entrar em vigor.

"Todas as pessoas condenadas pela Alta Corte de Segurança do Estado devem recuperar a liberdade, já que este tribunal de exceção foi criado em função da lei", explicou.

DISCURSO

Busaina Shaaban afirmou neste domingo à AFP que o presidente sírio falará "muito em breve" à população.

"O presidente BasharAssad falará com seu povo muito em breve para explicar a situação e esclarecer as reformas que se propõe a adotar no país", indicou.

Por outro lado, a imprensa síria informou que reforços militares foram enviados neste domingo para Latakia.

"O exército entrou em Latakia, a 250 km de Damasco, para pôr fim à destruição e os assassinatos", afirmou hoje o Al Watan, periódico próximo ao regime.

No sábado, dois oficiais das forças de segurança foram mortos e 70 militares ficaram feridos em confrontos na cidade.

Um alto funcionário sírio revelou no sábado sob condição de anonimato que "franco-atiradores dispararam contra os pedestres, matando duas pessoas e ferindo outras duas".

"Dezenas de veículos e lojas foram queimados, o que levou o exército a intervir para impor a ordem", escreveu o Al Watan.

O jornal oficial Techrine, por sua vez, relatou 150 feridos entre sexta-feira e sábado, sem distinguir entre civis e militares.

O Al Watan afirmou que "os provocadores não são sírios e sua nacionalidade será revelada em breve".

No sábado, Busaina Shaaban acusou perante a imprensa "alguns refugiados palestinos do campo de Ramel, perto de Latakia, que querem criar a discórdia religiosa ao disparar contra as forças de segurança e os manifestantes", para aumentar a tensão entre eles.

O secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral desmentiu "qualquer envolvimento de palestinos do campo de Ramel nos acontecimentos do sábado".






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