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Quinta - 31 de Março de 2011 às 12:57

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A anorexia nervosa, transtorno que faz a pessoa comer cada vez menos e nunca estar satisfeita com seu peso, expande suas fronteiras.

A maioria das pacientes ainda é composta por adolescentes, mas o distúrbio é cada vez mais diagnosticado em mulheres maduras.

Em clínicas e ambulatórios como o do Proata (Programa de Orientação e Atenção ao Pacientes com Transtorno Alimentar), da Unifesp, duas em cada dez pacientes têm mais de 40 anos.

"Há alguns anos, os grandes relatos médicos sobre anorexia nem faziam referência às mais velhas", diz o psiquiatra Táki Cordás, coordenador do Ambulim (Ambulatório de Transtornos Alimentares) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Elas já são notadas. "Mesmo quando estão na casa dos 50 ou 60 anos, as mulheres praticam comportamentos extremos para modificar seu peso e seus corpos", afirma Cynthia Bulik, diretora do Programa de Transtornos Alimentares da Universidade da Carolina do Norte (EUA).

  Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress  

IMAGEM CORPORAL

Segundo Cordás, a mulher mais velha se preocupa mais do que antes com sua imagem corporal. "Entre outras coisas, há o papel da competição, afetiva ou profissional, com as mais jovens."

Essas mulheres maduras que "estão no mercado" se voltam para todos os recursos de embelezamento e rejuvenescimento disponíveis, incluindo dietas agressivas.

"Fazer dieta eleva em 20 vezes o risco de desenvolver anorexia", diz o psiquiatra.

A dermatologista Luciana Conrado, que pesquisa transtornos de imagem, considera o problema uma doença social. "Nossa sociedade valoriza a imagem, e a beleza é a forma jovem e magra."

O que complica ainda mais a vida de quem tem 40 ou mais. "Não dá para ela ficar com um corpo de magra de 20 anos, por mais que passe fome e malhe na academia", diz Conrado.

A nutricionista Lara Natacci, autora do livro "Anorexia, Bulimia e Compulsão Alimentar" (ed. Atheneu), diz que a mulher madura consegue dissimular a doença por mais tempo e demora mais para buscar ajuda.

Quanto mais tarde o tratamento, mais difícil é a cura. "Em jovens, o prognóstico é melhor", afirma Cordás.

Alguns efeitos da desnutrição são mais acentuados na mulher mais velha, como o ressecamento da pele. "É provável também ela ter com mais frequências quadros como depressão e abuso de álcool", diz Cordás.

Com o "New York Times"






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