Alagoas registrou nesta sexta-feira a morte do quarto bebê, desde o final de março, contaminado pela bactéria Acinetobacter baumannii. Ele estava na área de isolamento do Hospital Universitário (HU), depois de nascer prematuro e com má formação, segundo a direção da unidade. Com esse bebê, sobe para nove o número de mortos contaminados pela bactéria. Ontem, reabriu a UTI neonatal do HU e gestantes começaram a ser atendidas novamente na instituição, que não podia admitir novas internações enquanto não contasse com uma unidade de terapia intensiva.
A crise nas UTIs neonatais de Alagoas começou em 1º de abril, quando o HU - mantido pelo governo federal - fechou sua unidade devido à presença da Acinetobacter, que ataca organismos já debilitados e é bastante resistente a antibióticos. Todos os pacientes estavam com a imunidade baixa ou, no caso dos recém-nascidos, eram prematuros extremos (nascidos com 30 semanas de gestação) ou tinham má formação. Com o fechamento dessa unidade, a UTI neonatal da Maternidade Santa Mônica - única mantida pelo governo do Estado que atende a bebês e gestantes de alto risco - ficou superlotada.
Sem esse serviço, a maternidade também não pode admitir as gestantes. Mães estão nos corredores, à espera de atendimento. "Não tem estrutura, tem que tirar uma mãe de uma cama e colocar outra", disse a dona de casa Taciana Silva, que está no corredor da Santa Mônica.
Gestantes, mães e bebês estavam sendo transferidos para hospitais da rede privada conveniados ao SUS, mas a lotação deles também esgotou. "Nossas UTIs neonatais estão cheias ou com 90% da ocupação", disse o presidente do Sindicato dos Hospitais Privados, Humberto Gomes de Melo. "No momento, estamos cheios, mas existe rotatividade", disse o diretor do Hospital do Açúcar, Edgar Antunes.
Gestores públicos da saúde estão reunidos durante todo o dia de hoje para discutir soluções para a superlotação das unidades. Uma dessas medidas foi a reabertura da UTI neonatal do HU. A direção garantiu que houve uma limpeza no local e que não existem focos da bactéria. "A reabertura desafogará a Maternidade Santa Mônica porque desde o fechamento a demanda foi toda absorvida por nós. A situação é grave", disse o diretor da instituição, Telmo Henrique.
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