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Internacional
Domingo - 01 de Maio de 2011 às 14:33

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Cidade do Vaticano, 1 mai (EFE).- Seis anos após sua morte, João Paulo II foi proclamado beato neste domingo pelo papa Bento XVI em uma cerimônia assistida por mais de um milhão de pessoas na praça de São Pedro, no Vaticano.

Há cerca de mil anos um papa não beatificava seu antecessor, segundo o Vaticano. Bento XVI, que colaborador de Karol Wojtyla durante 23 anos, afirmou que ele "tinha a força de um gigante" e enfrentou "sistemas políticos e econômicos", como o "marxismo e a ideologia do progresso", para cumprir o desafio de viver a fé sem "medo".

"Sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem. Com essa mensagem, que é a grande herança do Concílio Vaticano II e de seu timoneiro, Paulo VI, João Paulo II conduziu o povo de Deus ao Terceiro Milênio", afirmou o papa Ratzinger.

O Pontífice acrescentou que "aquela carga de esperança que fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso, João Paulo II legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança, de viver na história com um espírito de advento, com uma existência pessoal e comunitária orientada a Cristo, plenitude do homem".

Bento XVI lembrou a famosa frase de João Paulo II: "Não temais, abri de par em par as portas a Cristo!" e afirmou que Wojtyla "abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, enfrentando com a força de um gigante, com a força dada por Deus, uma tendência que parecia irreversível".

Segundo o Pontífice, o testemunho de fé, de amor, de coragem e de grande humanidade "deste filho exemplar da nação polonesa ajudou cristãos de todo o mundo a não ter medo de serem chamados de cristãos, de pertencer à Igreja, de falar do Evangelho".

"Ele nos ajudou a não ter medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade, e devolveu aos homens a força de crer em Cristo", acrescentou.

O Bispo de Roma ressaltou o valor dado por João Paulo II ao Concílio Vaticano II, e lembrou que ele dizia estar certo de que durante muito tempo "as novas gerações poderão recorrer às riquezas que este Concílio do século XX nos presenteou". Bento XVI disse ainda que o exemplo de oração do novo beato sempre lhe impressionou e edificou, assim como seu testemunho no sofrimento.

"O Senhor o foi despojando lentamente de tudo, no entanto ele permanecia sempre firme como uma rocha, como Cristo queria", destacou Ratzinger.

Sobre o processo de beatificação, um dos mais rápidos da história, o papa afirmou que já no dia do funeral de Wojtyla, em 8 de abril de 2005, podia se perceber seu "perfume da santidade", e que o povo de Deus manifestava de muitasformas sua veneração.

João Paulo II foi proclamado beato na festividade da Divina Misericórdia, instituída por ele para honrar o culto impulsionado pela santa Faustina Kowalska, uma religiosa da qual se considerava discípulo.

A cerimônia foi assistida por mais de um milhão de pessoas, entre elas cerca de 100 mil fiéis procedentes da Polônia, assim como milhares de pessoas procedentes de todo o mundo, que aplaudiram por vários minutos quando, às 10h38 locais (5h38 de Brasília), ele foi elevado à glória dos altares.

Na fachada principal da Catedral de São Pedro foi colocado um retrato gigante do novo beato, no qual ele pode ser visto sorrindo. Bento XVI estipulou que a festa litúrgica do novo beato será celebrada em 22 de outubro, aniversário do início de seu Pontificado (1978).

Após a proclamação, as câmeras de televisão enfocaram o caixão do papa Wojtyla, colocado perante o Altar Maior da Basílica de São Pedro para sua veneração pelos fiéis.

Tobiana, a freira polonesa que cuidou de João Paulo II em seus últimos anos de vida, e Marie Simon Pierre - freira cuja cura de maneira inexplicável para a ciência do mal de Parkinson originou o processo de beatificação de "João de Deus" - levaram até o altar maior um relicário com uma pequena ampola com sangue de Wojtyla.

Em seus seis anos de Pontificado, Bento XVI proclamou 34 santos e quase 600 beatos, em sua maioria espanhóis.

Delegações de 87 países assistiram à cerimônia, incluindo cinco casas reais, entre elas a da Espanha, e 16 chefes de Estado, entre eles os de México e Honduras. EFE






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