Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Cidades
Sábado - 21 de Maio de 2011 às 07:00

    Imprimir


Os trabalhadores demitidos da construtora Brookfield Incorporações decidiram aceitar a proposta da empresa de pagar o salário de abril na próxima terça-feira (24 de maio) e na sexta (27) realizar a rescisão contratual dos trabalhadores que mantiveram a decisão de se demitirem da empresa, quitando os dias trabalhados em maio.
De acordo com a proposta, os trabalhadores que decidissem permanecer na empresa receberiam o salário de maio no início de junho, mas somente dois dos 200 trabalhadores que se mobilizaram durante todo o dia de hoje na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM) aceitaram continuar trabalhando na empresa. A mediação do conflito entre empresa e trabalhadores foi feita pelo presidente do SINTRAICCCM, Joaquim Santana, e pelo presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso (FETIEMT), Ronei de Lima.

Os 200 trabalhadores demitidos estiveram durante todo o dia na sede do SINTRAICCCM, no centro de Cuiabá, cobrando da empresa uma posição quanto à rescisão contratual. Ao todo, 238 trabalhadores foram demitidos no último dia 11 de maio e  estão há dois meses com salários atrasados. Eles esperavam começar a realizar as rescisões contratuais  nesta sexta, quando os acertos deveriam começar. Porém, a empresa só enviou representantes para a negociação no final da manhã, tendo os mesmos permanecido em negociação até agora há pouco.

“Na terça-feira estaremos aqui com os trabalhadores para começar a receber. Caso não seja feito o pagamento, vamos ocupar a sede da empresa neste mesmo dia”, informou Ronei de Lima.

Sem dinheiro

A vida dos trabalhadores que estão há dois meses sem receber já está sendo bastante afetada. O armador Armindo Célio da Silva, empregado da obra há um ano e meio, está com aluguel atrasado, devendo no supermercado e não sabe como garantir a alimentação do filho de nove anos. Morador do bairro Bela Vista, ele reclama que faltam até itens básicos de alimentação. “Não sei mais o que fazer, pois meu filho está em fase de crescimento e precisa ser bem alimentado. Minha esposa não trabalha, então tudo depende de mim”.

Familiares dos trabalhadores também compareceram à mobilização para dar força aos ex-funcionários. A dona de casa Cássia Regina da Luz Souza, casada com o servente José Moreira Rodrigues, estava com a filha de dois anos no colo. Grávida de três meses e preocupada com a falta de dinheiro que afeta a família, ela contou que estava de viagem marcada para o Maranhão, onde o marido já tem outro posto de trabalho garantido. Mas dependia do dinheiro a ser liberado pelo acerto salarial para viajar. “Estamos morando de favor, pois não podemos mais pagar aluguel, iríamos viajar hoje à noite, mas agora não sei como ficará nossa situação”.

O armador Amarildo do Carmo Silva, morador do bairro Jardim Vitória, está preocupado com as contas de luz e água, que já estão atrasadas. Funcionário da obra há um ano, ele reclama da falta de respeito aos trabalhadores. “Sempre recebemos com atrasos, desde que entrei na empresa”.

 

 






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/64646/visualizar/