Segundo a polícia, vítima teve hematomas em várias
partes do corpo. (Foto: Divulgação/Depca)
Uma mulher de 46 anos, vizinha e uma das testemunhas no caso do menino de apenas três anos agredido pelo padrasto em Campo Grande, descreve a vítima como uma criança carente de afeto em um ambiente familiar marcado por constantes discussões e cenas de violência. Ela, que não terá o nome divulgado, diz ter pena do menino pela forma como é criado.
“Eu vi várias vezes a mãe bater nele e o deixar trancado em casa. Quando eu questionava, ela dizia "eu crio meu filho desse jeito e assim que tem que ser”, relata a testemunha. A família, segundo ela, mudou-se para a residência na Vila Planalto há quase três meses e, apesar da pouca convivência, foi possível notar o comportamento violento do padrasto da vítima, suspeito das agressões. “Ele é bem estúpido, escutei ele brigando várias vezes com ela (a esposa, mãe da criança).
No dia das agressões, segundo ela, outra vizinha foi até a casa da família acionada pelo padrasto, que viu as marcas deixadas pelo espancamento enquanto dava banho no enteado. A Polícia Militar foi acionada e um terceiro morador do bairro levou o menino para a delegacia. “Isso não pode ficar assim, ele não pode ficar impune”, exclama a mulher de 46 anos.
O caso
Segundo a Polícia Civil, o suspeito tem 20 anos e cuidava da criança enquanto a esposa, mãe do menino, viajou para um velório de parentes no interior de Mato Grosso do Sul. Na quinta-feira (2), o menino chorou ao ser acordado para ir à escola e teria provocado a raiva no padrasto.
O caso é investigado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), pela delegada Regina Márcia Rodrigues. Ela relata que o suspeito arrancou um galho de uma goiabeira e agrediu o enteado até ela quebrar. Depois, deu tapas e bateu com o chinelo no menino. “Ele ainda puxou e chegou a arrancar parte do cabelo da criança”, conta a delegada.
Segundo a delegada, a criança teve hematomas provocados pela violência em vários locais pelo corpo, até mesmo nas partes íntimas.
O Conselho Tutelar foi acionado e encaminhou a criança para um abrigo. A mãe chegou de viagem nesta quinta-feira. Segundo Rodrigues, já existiam três denúncias de maus tratos contra ela e por causa disso, não conseguiu pegar o filho.
A mulher foi ouvida e disse à delegada que não se importava em passar a guarda da criança para o pai, que mora em outra cidade, desde que o menino saísse do abrigo. A mulher, de acordo com Rodrigues, negou ter batido e presenciado qualquer cena de violência praticada pelo marido contra o menino.
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