Único de uso público não é gratuito; fica ao lado da prefeitura e custa R$ 1. Sanitários fora dos planos
Cuiabá não tem banheiros públicos. Na região central da cidade, com grande fluxo de pessoas durante o dia todo, há apenas um banheiro, que fica ao lado do prédio da prefeitura – ao preço de R$ 1. A saída é buscar os banheiros nos comércios locais, mas também é comum encontrar calçadas fazendo “as vezes” de sanitário. O mau cheiro em algumas ruas comprova isso.
As pessoas reclamam da falta dos sanitários públicos. Maria Alice, que vai ao Centro quase diariamente, diz que quando bate a vontade de ir ao banheiro, precisa esperar até chegar em casa.
“Se eu estiver em uma loja, eu peço pra usar [o banheiro]. Mas se estou na rua, aí tenho que esperar eu ir pra casa. Não tem outro jeito”, revela a dona-de-casa.
O comerciante Jonas Avelino dos Santos, que tem uma barraca de tapioca em um dos calçadões do Centro, contou que usa o banheiro de uma lanchonete nas proximidades. “Mas é porque eu conheço o dono. Se não fosse por isso, não sei como faria”. Ele diz que seus colegas comerciantes têm que se virar para conseguir usar um sanitário. “A gente fica o dia todo na rua, claro que chega uma hora que precisamos ir ao banheiro. Tem que sair pedindo por aí”, afirma.
Pela falta de banheiros públicos, muitas pessoas acabam recorrendo aos das lojas. Uma delas, a Riachuelo, tem um exclusivo para clientes. “O número de pessoas que usam é muito alto, às vezes tem até fila para entrar”, diz o gerente geral, Claudemir Benjamim Costa. Para dar conta da procura, há uma faxineira que fica responsável apenas pela limpeza desse banheiro.
Na Tecelagem Avenida, também no Centro da cidade, o gerente Rogério Lemos diz que não vê problema nenhum em os clientes pedirem para usar os sanitários, mas afirma que é preciso construir banheiros públicos, principalmente na região, que tem grande concentração de pessoas todos os dias. “Nós não vamos negar o acesso a ninguém, mas o ideal seria que a prefeitura disponibilizasse banheiros públicos”, comenta.
O diretor de Patrimônios e Serviços da Prefeitura de Cuiabá, Franksuell Evandro Almeida da Cunha, reconhece que não há banheiros públicos na Capital, com exceção dos que ficam no Mercado Atacadista e na Feira do Porto. “Pelo menos na área central deveria haver, mas, infelizmente não tem”.
Ele confirma que o assunto é de responsabilidade da Administração Pública, mas afirma que não existe uma legislação que obrigue o município a construir banheiros públicos. Cunha diz também que não há nenhum projeto em vista, por parte da prefeitura, que prevê a construção de banheiros públicos ou sequer a instalação dos chamados banheiros químicos (móveis).
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