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Cidades
Quarta - 20 de Julho de 2011 às 07:22
Por: Silvana Ribas

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Vinte e duas pessoas morreram em acidentes de trânsito na Grande Cuiabá nos primeiros 18 dias do mês de julho, enquanto os assassinatos por facas ou armas de fogo fizeram 18 vítimas no mesmo período. Os registros são do Instituto de Medicina Legal de Cuiabá (IML). A falta de consciência dos condutores, ausência de fiscalização por meio de equipamentos e agentes de trânsito aliado aos problemas estruturais das vias contribuem para o crescimento das mortes na Capital e Várzea Grande. No primeiro semestre deste ano foram registrados 450 acidentes em Cuiabá envolvendo apenas motociclistas, contra 895 registrados ao longo de 2010, informou o coronel PM Wilson Batista, comandante do Batalhão de Trânsito Urbano de Rodoviário (BPMTran).

Na opinião dele, hoje a legislação de trânsito precisa ser revista e está na contramão da realidade em que mostra um trânsito cada vez mais violento no país. Cita o caso do envelhecimento da frota, onde em países desenvolvidos os impostos de carros com mais de 10 anos de uso são cada vez mais altos. No Brasil, pelo contrário, em muitos estados alguns ficam até isentos do pagamento de impostos. "A lei diz que todo veículo deve passar pelo menos uma vez ao ano pela fiscalização de um órgão competente, o que não acontece".

Outra mistura fatal é álcool e volante e somente este ano 93 motoristas foram detidos em Cuiabá e conduzidos até as delegacias sob efeito de álcool. Ao longo do ano passado foram 175. Em relação à esta infração, o valor irrisório da multa aplicada de R$ 927 não tem mais o efeito pedagógico e punitivo que teve a partir da criação do Código Brasileiro de Trânsito. Na opinião do comandante, se o valor fosse elevado para pelo menos R$ 5 mil, com certeza teria um impacto maior sobre os condutores embriagados.

O mesmo se aplica às multas por falta de equipamentos obrigatórios como cinto de segurança, falta de habilitação e dirigir falando ao celular, com os valores irrisórios de R$ 127. Segundo ele, a fiscalização tem sido feita, já que o Batalhão, só este ano, emitiu 24 mil notificações. Mas o baixo valor cobrado e a morosidade na aplicação da lei, que prevê a perda da habilitação, não intimida os infratores. Batista lembra que a redução nas mortes depende de 3 fatores: a conscientização do motorista, da fiscalização do poder público em relação à legislação e de uma engenharia de tráfico que busque mais segurança. O comandante acredita que somente a sociedade mobilizada poderá obter mudanças na lei junto para reduzir as tragédias nas cidades e rodovias. 





Fonte: A Gazeta

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