Segundo a Polícia, crime é acerto de contas entre traficantes; área no Centro Histórico é de risco
Tiroteio em "boca-de-fumo" mata um e deixa 2 feridos
Um tiroteio, no começo da noite de segunda-feira (25), no Beco do Candieiro, no Centro Histórico de Cuiabá, deixou um morto e dois feridos, num acerto de contas envolvendo disputa por uma das muitas bocas-de-fumo que funcionam na área.
Foram disparados mais de oito tiros contra uma única pessoa, que morreu no local; outras duas ficaram feridas. Morreu no local o chapeiro Luiz Mauro Leite da Silva, 31; ele foi executado com seis tiros. A cabeleireira Sandra Edir da Silva, 48, que estava próxima ao local da briga, foi atingida por uma bala perdida.
Um rapaz não identificado foi ferido com uma coronhada na cabeça. O autor dos disparos foi identificado como sendo Luiz Carlos Boquinha, 23, segundo a Polícia, um conhecido traficante da região.
Segundo o relato de testemunhas, o chapeiro chegou e sentou-se na mesa de um bar próximo e pediu um caldo de mocotó. Ao lado, havia várias pessoas também lanchando. Cerca de 10 minutos depois, Boquinha chegou atirando e atingiu Luiz Mauro com sete tiros na cabeça e tórax.
A cabeleireira, que estava perto, também ficou ferida. Policiais militares fizeram rondas pelas proximidades, mas não localizaram o criminoso.
Conforme uma das vítimas, ela estava sentada numa mesa ao lado e, quando ouviu os tiros, saiu correndo. “Eu estava de costas e derrubei a vasilha com o caldo de motocó e saí correndo. Mais gente fez o mesmo”, relatou.
Cracolândia e Chacina
O Beco do Candieiro é considerado uma das áreas mais violentas da Capital. No local, há vários bares e casas de prostituição. As informações são de que ali funcionam vários pontos de venda e de consumo de drogas.
Moradores de rua - a maioria, drogada - permabulam pela região, principalmente pelos calçadões das ruas Ricardo Franco e Galdnino Pimental, de intenso comércio, durante o dia.
O Beco do Candieiro foi destaque no noticiário policial em 1998. O crime conhecido como "Chacina do Beco" aconteceu em 10 de junho daquele ano, quando três jovens foram assassinados a tiros.
Por volta de 20 horas daquele dia, foram executados a tiros Adileu Santos, o “Baby”, então com 14 anos, Edgar Rodrigues de Arruda, apelidado de “Indinho”, 15, e Reginaldo Dias Magalhães, conhecido como “Nado”, 16.
Os três garotos foram caçados e executados com disparos de pistolas, quando estavam conversando no Beco. Os bandidos surgiram e, sem dizerem qualquer palavra, atiraram. Até hoje, os motivos da chacina não foram esclarecidos.
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