Investigadores e escrivães ficaram paralisados por 66 dias no estado. Governo do estado ameaçou suspender os salários dos grevistas.
Policiais civis de MT encerram greve e voltam a trabalhar nesta terça-feira
Os 1.750 investigadores e os 380 escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso voltaram a trabalhar nesta manhã de terça-feira (6) nas delegacias, após 66 dias de greve. Os servidores públicos aceitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo do estado e decidiram encerrar o movimento grevista em assembleia geral realizada na tarde de segunda-feira (5).
Agora, o desafio dos profissionais é por em dia mais de 35 mil inquéritos que ficaram parados durante a paralisação, conforme estimou a Polícia Civil. O presidente do Sindicato dos Investigadores de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves, disse que os policiais civis vão voltar às delegacias para reduzir o prejuízo a sociedade. A partir de terça, as pessoas vão voltar a conseguir registrar qualquer boletim de ocorrência nas delegacias do estado. "Vamos trabalhar para diminuir o número de inquéritos que ficaram parados", comentou.
Proposta
Cada investigador ou escrivão recebe salário inicial de R$ 2,350 e a reivindicação era para que aumentasse o valor para R$ 6 mil. No entanto, pela proposta do governo, a remuneração chegará até R$ 3,900 no fim de 2014, a partir de um aumento progressivo anual.
De acordo com a proposta apresentada pelo governo do estado, o primeiro aumento salarial será realizado já no mês de dezembro, passando dos atuais R$ 2,365 iniciais para 2,460. Em maio de 2012, a remuneração passará para 2,706. Um ano depois subirá para R$ 2,976. Em 2014, ocorrerá dois reajustes seguidos. Em maio, o salário vai ser de R$ 3,274 e, em novembro, será R$ 3,900, finalizando o último acréscimo previsto na proposta apresentada. Ainda pela proposta, o salário final, que hoje é de R$ 5,250, aumentará para 11.079, daqui a três anos.
A decisão de encerrar a greve saiu após o governador Silval Barbosa (PMDB) ameaçar retirar a proposta e deixar de negociar com os grevistas. Além disso, Silval chegou a determinar que PMs e alunos da academia da Polícia Civil passassem a fazer os serviços no lugar dos escrivães e investigadores grevistas. As medidas foram criticadas pelos sindicatos.
A presidente do Sindicato dos Escrivães (Sindepojuc), Genima Evangelista, avaliou como “irresponsável” as medidas. “Foi uma irresponsabilidade colocar os alunos sem experiência nas delegacias”, disse. Os alunos ficaram nas unidades fazendo serviços administrativos, como registro de boletins de ocorrências.
Contudo, desde esta manhã, os alunos e os PMs já não estão mais atuando nas delegacias. O governador também chegou a ordenar o recolhimento de todas as viaturas e armas de fogo dos policiais, que já foram devolvidas aos servidores públicos após o fim da greve.
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