Deputados reprovam críticas de diretor ao VLT e aguardam posição do governador
Deputados defendem substituição de Brito na Agecopa
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Júnior (PMDB), defendeu ontem a substituição de Carlos Britto da diretoria de Infraestrutura da Agecopa (Agência Estadual de Execução de Projetos para a Copa do Mundo).
Segundo ele, a maioria dos parlamentares não aprovou as críticas de Brito em relação ao projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilho), feitas em audiência pública, no dia 2 deste mês, na Assembleia Legislativa, para tratar de mobilidade urbana.
Brito bateu de frente com o governador Silval Barbosa (PMDB) ao questionar e criticar os investimentos no modal, que já foi escolhido para a Copa. Além disso, protagonizou um bate-boca com o presidente da agência, Eder Moraes, a quem classificou de "déspota" e o acusou de centralizar informações.
"O entendimento é de que o Carlos Britto errou duas vezes. Primeiro, quando disse que iria falar na audiência como cidadão, quando, na verdade, estava revestido das atribuições do cargo de diretor da Agecopa. Segundo, o Governo do Estado apóia o VLT e tem agido com transparência. As críticas, portanto, não tiveram fundamento", disse Romoaldo.
Sem citar ninguém nominalmente, o parlamentar revelou que vários deputados estaduais, ouvidos informalmente, já sinalizaram pela saída de Britto.
"Rapidamente, numa conversa, logo após a audiência, houve a manifestação de, pelo menos, oito deputados que ficaram descontentes com esse episódio. A Agecopa precisa de unidade para tocar projetos, e não patrocinar divergências", completou o líder do Governo.
Conforme a lei que autorizou a criação da Agecopa, para um diretor ser exonerado do cargo, precisa ter o aval do governador e encaminhado para aprovação no Parlamento, onde são necessário 16 votos.
Pinheiro: "É melhor ele sair"
Autor do projeto de lei que alterou o modelo de gestão da Agecopa de colegiada para presidencialista, o deputado Emanuel Pinheiro (PR) defende a saída de Carlos Britto.
"Existe uma linha que deve ser ditada pelo presidente da Agecopa e deve ser cumprida pelos diretores. Tenho respeito e carinho pelo Carlos Britto, mas, se não concordo com o modelo de gestão, é melhor sair. Pela sua experiência, pode ser aproveitado em outros setores do Governo do Estado", disse o republicano.
Pinheiro ressaltou ainda o modelo de gestão presidencialista serviu para anular embates internos que travavam o andamento de projetos da Agecopa, enquanto permaneceu com o sistema colegiado.
"Essa mudança serviu para aperfeiçoar a gestão e evitar o aprofundamento de imbróglios como este. Em qualquer unidade de órgão público, é assim: o presidente manda e os demais cumprem as metas e obrigações", observou.
Outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com o diretor de Infraestrutura da Agecopa, Carlos Britto, mas os telefonemas em seu celular não foram atendidos. A assessoria de imprensa da Agecopa foi acinonada, mas também não conseguiu localizá-lo.
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