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Terça - 20 de Setembro de 2011 às 13:15

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“Quem irá pagar a conta é o consumidor. Com o aumento do IPI os preços do automóveis importados irão aumentar e consequentemente o dos nacionais. Afinal quem determina o preço não é a montadora, não é o governo, mas sim o mercado”, a afirmação é do diretor regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Mato Grosso (Fenabrave-MT), Paulo Boscolo, dada hoje (19.09) em entrevista coletiva na sede da Fenabrave-MT.

O aumento de 30% para até 55% na taxação dos automóveis importados é a mais nova medida do governo para tentar preservar empregos e alavancar a produção nacional, que vinha perdendo terreno principalmente para as marcas chinesas e sul-coreanas. Anunciada na última quinta-feira, (15.09), a decisão incide sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) deve vigorar até 2012, e pode provocar um aumento de aproximadamente 28% nos preços dos carros estrangeiros.

Para o diretor regional da Fenabrave-MT o desequilíbrio é causado pela diferença cambial, que fazia com que eles (chineses e sul-coreanos) trabalhassem com uma alta margem, tanto que em 2011 a venda de carros importados aumentou 32% contra 2% da venda de nacionais. “A medida era necessária, o problema foi como a decisão foi tomada, de um dia para o outro, atigindo a todos os importados. O que era para ser um benefício para indústria nacional acabou prejudicando a indústria internacional”, afirmou.

Segundo informações do Ministério da Fazenda, emitidas em informe ao mercado, a medida tem como objetivo proteger a indústria nacional da invasão dos veículos importados e, assim, evitar desemprego na indústria automobilística. “A negociação do governo começou como uma proposta interessante, porém a medida foi feita pensando só em garantir os empregos no setor da indústria, e atingiu abruptamente a cadeia de distribuição de veículos, que emprega um número bem maior de pessoas”, ressaltou.

De acordo com Paulo Boscolo em Cuiabá quase 50% da rede de distribuição opera com marcas importadas, então a medida na verdade irá beneficiar apenas algumas marcas. “As concessionárias vão ter que se virar, por enquanto não saberemos em números o quanto isso irá afetar o mercado. O que deve acontecer nos próximos dias é o mercado explorar o preço velho, ocasionando um aumento nas vendas, enquanto os estoques durarem. Possivelmente, em um  curto período de tempo, esta medida pode gerar prejuízos e demissões”, anunciou.
O aumento do imposto.

Estão livres do aumento do IPI os automóveis com conteúdo nacional acima de 65% e produzidos no Mercosul e México, as montadoras que mantêm centros de desenvolvimento tecnológico no Brasil e os que atendam pelo menos seis de 11 requisitos para fabricação interna de veículos determinados pelo governo, entre eles montagem do veículo no Brasil, estampagem, fabricação de motores, embreagens e câmbio. A avaliação dos requisitos será feita nos próximos 60 dias.
 





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