Legado de Steve Jobs esconde seu lado obscuro
Mas, com um legado indiscutível, o executivo e a empresa criada por ele deixam um histórico de tropeços e atitudes não tão invejáveis como seus produtos.
"O que todo mundo é muito educado para dizer sobre Steve Jobs."
Com esse título, o site norte-americano Gawker, que provocou a renúncia do deputado americano Christopher Lee ao publicar sua foto enviada a um site de namoros, elenca fatos que revelam um lado mais sombrio de Jobs e da Apple.
Sob uma política voltada para proibir a reprodução de pornografia, a empresa baniu de iPads e iPhones conteúdo como guias para turistas gays, quadrinhos e panfletos de políticos, diz o site.
O veto aos funcionários de informar a mídia sobre novos produtos era levado ao extremo. Provocou perseguições aos trabalhadores e confiscos de seus aparelhos.
Em dois episódios, a Apple avançou sobre os jornalistas responsáveis por reportar novos produtos antes de seu lançamento.
Em 2005, a empresa processou o blogueiro Nick Ciarelli por apresentar o Mac Mini. A ação levou ao fim da página. Já em 2010, um editor do site de tecnologia Gizmodo teve a casa invadida por policiais depois que o site publicou vídeo com o protótipo do iPhone 4.
Relato da época de sua primeira atuação na Apple reproduzido pela "Fortune" revelaram o autoritarismo e o calor de uma discussão de Jobs com funcionários.
"Alguém pode me dizer o que o MobileMe deve fazer? (...) Então por que diabos não faz isso?", reclama.
O autor do livro "The Second Coming of Steve Jobs", Alan Deutschman, afirma que eram comum funcionários ouvirem adjetivos como "horrível" e uma "m..." sobre seus projetos.
Jobs também é criticado por não colaborar com projetos de caridade. Em seu retorno à Apple em 1997, ele interrompeu o programa filantrópico e nunca mais o retomou.
Não há também registros públicos de doações pessoais a despeito de uma fortuna estimada em US$ 7 bilhões.
CHINA
Fornecedores da Apple na China não deixam marca positiva no histórico construído por Jobs. A própria empresa reportou ter encontrado, em 2010, quase cem crianças nas fábricas, já conhecidas por jornadas de mais de 15 horas.
Comentários