Dirigente estudantil chileno critica orçamento aprovado pelo Senado
O presidente da Feuc (Federação de Estudantes da Universidade Católica do Chile), Noam Titelman, assegurou neste sábado que "as injustiças no sistema não foram resolvidas" com a aprovação do orçamento educacional no Senado.
Ele destacou, em entrevista à Rádio Cooperativa, que o país ainda conta com "as tarifas mais caras do mundo, um sistema privado [de educação] sem regulação e instituições que pretendem obter lucro".
O dirigente, que substituiu Giorgio Jackson recentemente, uma das principais figuras do movimento estudantil chileno, ainda afirmou que mesmo após a aprovação do orçamento do próximo ano, as mobilizações, que já duram sete meses, devem continuar.
"Uma coisa é clara: se não fosse pelo movimento deste ano, a Lei de Orçamento teria sido muito diferente, já que o governo tinha uma agenda totalmente voltada às privatizações" disse ele, acrescentando que "graças à mobilização, no próximo ano algumas famílias estarão menos endividadas".
A presidente e candidata à reeleição da Confech (Confederação de Estudantes do Chile), Camila Vallejo, por sua vez, respondeu a críticas da esposa do presidente Sebastián Piñera, Cecilia Morel, dizendo que "precisamos de um governo que não desqualifique as ideias da maioria, as quais são --ainda que duvide a primeira-dama-- indestrutíveis".
Morel afirmou recentemente que a dirigente é forte e carismática, mas que representa "ideias velhas".
A classe estudantil protesta contra a má qualidade do ensino no país e pede melhores condições de trabalho e salário para os trabalhadores do setor público, além da estatização do setor.
Comentários