Para Marcus Fabrício, a decisão sobre a volta do ex-parlamentar cabe à Justiça e não ao Legislativo. Isso porque, segundo ele, o processo ainda não foi julgado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). "Seria uma injustiça se nos manifestássemos favoráveis e depois a Justiça decidisse contra o retorno dele", pontuou o vereador.
Ele ponderou, porém, que a cassação pode ser revista caso o TJMT entenda que ele deva voltar. "Vamos aguardar o trâmite do processo na Justiça", completou. Essa é a segunda vez que Ralf teve o pedido recusado pelo Legislativo. No ano passado, ele tentou reverter a votação contrária, mas não obteve êxito.
Em entrevista ao G1, Ralf Leite disse que já fez tudo que poderia e lamentou a atitude dos vereadores. "Fiz tudo que poderia ser feito para que a justiça prevalecesse. Não fiz mal a nenhum eleitor, nem aos cofres públicos, mas felizmente hoje a sociedade reconhece que haviam interesses políticos na minha cassação e não técnicos", afirmou o ex-vereador.
Único parlamentar a se manifestar favorável à volta do ex-vereador ao cargo, o relator do processo Clóvis Hugueney (PTB), o Clovito, avaliou que o juiz Luiz Tadeu Rodrigues, da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, já absolveu o ex-parlamentar e, por isso, não há motivo para a Câmara mantê-lo afastado.
"Analisei o processo junto com a minha assessoria jurídica e entendo que se o juiz o absolveu de todos os crimes quem sou eu para me manifestar contrário", frisou Clovito, ao citar que o próprio travesti que estava com Ralf alegou que estava vestido no momento em que os dois foram abordados por policiais militares.
O parlamentar foi afastado após ter sido flagrado com um travesti menor de idade, na região no Zero Quilômetro, em Várzea Grande, em fevereiro de 2008. Na ocasião, teria desacato os policiais que o abordaram e, por causa disso, chegou a ser preso, mas foi solto em seguida.
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