Homossexuais ocupam avenida Getúlio Vargas contra homofobia (Veja fotos)
Se você não sabe o que quer dizer “fazer a Elza”, o significado de um “boy magia” ou o que é ser “entendido”, não se preocupe. Também não se assuste com os corpos pavoneantes e seminus, os beijos acalorados e as cenas calientes em praça pública. Também não se deixe enganar pela música alegre e as fantasias. Apesar de tudo isso, aquilo é sim um protesto político. A nona edição da Parada do Orgulho Gay de Cuiabá foi realizada na tarde desta sexta-feira (16) , sobre um tema espinhoso e indigesto: “Amai-vos uns aos outros – basta de homofobia”.
O lema é uma clara resposta às dificuldades que vem sendo impostas pelas bancadas religiosas, principalmente a evangélica, no parlamento brasileiro quando o tema em questão é o debate sobre os direitos dos homossexuais. Os gays, lésbicas, transexuais, transgêneros e simpatizantes da causa tomaram de assalto a av. Getúlio Vargas, no coração da capital, para reclamar o direito de não ter que esconder publicamente o afeto por pessoas do mesmo sexo ou o direito de se casar com quem bem entender.
Mas esse protesto é diferente do convencional. Gay, em inglês, também pode significar "alegre”. E é com essa alegria que os homossexuais saem às ruas para protestar. O ato político ganha contornos de carnaval e o responsável pelo discurso soa como uma figura ambígua, que parece um puxador de bloco carnavalesco, animador de torcida , mas ao mesmo tempo também é um crítico cáustico
do status quo.
Travestis desfilam seus peitos nus mostrando à sociedade o orgulho de ser o que são. A cena pode chocar, mas isso não os incomoda, afinal, uma das intenções é exaamente essa. “A intenção é chocar mesmo. Isso é pra mostrar às pessoas que somos felizes como somos”, diz uma travesti, que se assumiu como tal aos 16 anos e hoje, aos 22, atende pelo nome de Juliana Vidal.
Durante o protesto ainda sobrou tempo para a coroação de madrinhas, shows com gogo boys, drag queens etc. E para quem não entendeu bulhufas o início da matéria e nunca foi a uma parada gay, segue um pequeno glossário aprendido pelo repórter durante a cobertura, para no caso de alguém se interessar em entender um pouco mais desse grupo social.
Fazer a Elza: roubar. / Babadeiro: algo bom. / Aloka: interjeição para algo positivo ou para exprimir um sentimento de alegria. / Boy magia: homem bonito. / Entendido: gay. / Bee: uma corruptela do pejorativo termo bicha.
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