Médicos são ouvidos e negam participação em esquema de vender vagas
Dois médicos e um gesseiro que tiveram os nomes veiculados num esquema de cobrança de propina de pacientes para serem operados no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, foram ouvidos nesta quinta-feira (1º), mas as investigações permanecem na estaca zero. Um dos motivos, é que ainda não se sabe o nome do profissional que realizou a cirurgia e o porteiro preso em flagrante quando recebia a propina, disse que só vai falar em juízo.
Conforme o delegado Fábio Silveira, da Delegacia Municipal de Várzea Grande, que comanda as investigações, os médicos Rafael Frederico Vaz Curvo, Luiz Fernando Guimarães de Amorim e o gesseiro Edvaldo Pereira Borges foram ouvidos e negaram envolvimento em qualquer esquema afirmando que nunca mantiveram contato com o segurança Edson Fernando da Silva, 48, preso em flagrante no sábado, 25 de fevereiro, pela cobrança de R$ 2,5 mil do esposo de uma paciente vítima de acidente de trânsito que passou por uma cirurgia na perna no Metropolitano.
Preso quando recebia R$ 500 dos R$ 2,5 mil combinados como parte do pagamento por supostamente ter intermediado a “transação”, o porteiro do Pronto-Socorro de Várzea Grande permanece preso no Presídio do Capão Grande. No entanto, o delegado explica que não existe nada de concreto contra o ortopedista Luiz Amorim, porque a vítima ao registrar boletim na Polícia disse que o gesseiro indicou Amorim para realizar a cirurgia por R$ 6,5 mil num hospital particular. “Isso não é crime e ao ser ouvido o médico afirmou que nunca autorizou qualquer pessoa a falar em nome dele para negociar cirurgias”, conta o delegado.
O médico Rafael Curvo, que trabalha no Pronto-Socorro de Várzea Grande há 12 anos relatou ao delegado que encaminhou 3 pessoas do PS para a Central de Regulação do Metropolitano atendendo solicitação da Assistência Social do Pronto-Socorro. Explicou que existiam 3 vagas disponíveis para as cirurgias ortopédicas realizadas no hospital. Então mandou um homem e uma jovem que aguardavam pelas vagas no PS. A terceira vaga foi destinada a paciente Albertina, esposa do homem que denunciou o esquema, porque ela atendia o perfil da Central de Regulação ao contrário de outra senhora que precisava de uma cirurgia de alta complexidade não realizada no Metropolitano. O gesseiro Edvaldo também negou qualquer participação.
Diante da situação, o delegado explica a próxima etapa será ouvir servidores da Assistência Social, da Central de Regulação e a equipe médica que realizou a cirurgia. Silveira não descarta a hipótese de que o porteiro possa ter agido sozinho para ficar com o dinheiro de pacientes e ao ser denunciado tentou envolver nomes de outros profissionais participam do processo de encaminhamento de pacientes para o Metropolitano, mas que não participam de nenhum esquema de venda de vagas.
A direção do Pronto-Socorro de Várzea Grande informou que já exonerou o porteiro. O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM) também abriu sindicância para apurar o envolvimento de um médico que atua no PS, no esquema de venda de vagas para realização de cirurgias ortopédicas.
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