"Graças a uma ultra-sonografia conseguimos detectar o problema a tempo e, se não tivéssemos intervindo rapidamente, a menina estaria morta", destacou à imprensa o médico Julio Moreno, neonatologista do hospital catalão de Sant Joan de Déu, o centro que, junto com o hospital Clinic de Barcelona, participou da cirurgia.
Após a operação, a gravidez apresentou uma evolução normal ao longo das 38 semanas. A menina, que nasceu com 2,5 quilos, atualmente tem um ano e 4 meses e leva uma vida totalmente normal.
Essa foi a primeira vez que um feto, diagnosticado com uma atresia brônquica direita (grave obstrução dos brônquios), foi submetido a uma endoscopia diminuto, de 3 milímetros, pela traqueia.
Após introduzir o aparelho pela boca do feto, os especialistas observaram a obstrução e a perfuraram com um laser. A partir daí, os médicos conectaram os brônquios e conseguiram reabilitar o pulmão, que recuperou seu tamanho normal.
A atresia brônquica em fase fetal já tinha sido detectada anteriormente, mas, em todos os casos, a cirurgia acabou não sendo realizada, e os fetos acabavam morrendo antes de nascer ou logo após o parto.
A cirurgia anunciada nesta terça-feira foi realizada há um ano e meio e, apesar de ter sido finalizada em 30 minutos, foi extremamente delicada, já que o feto possuía 800 gramas e tecidos muitos sensíveis.
Com palavras de agradecimento aos doutores, a mãe da bebê, Mónica Colomina, de 33 anos, detalhou o momento da cirurgia: "Era a única opção, ou tentávamos ou interrompíamos a gravidez".
Segundo Monica, a menina, que se chama Alaitz (que significa alegria em basco), leva "uma vida completamente normal e está contente e feliz".
Treze dias depois de seu nascimento, Alaitz foi submetida a uma operação cirúrgica para extirpar dois dos três lóbulos do pulmão danificado pela obstrução bronquial.
De acordo com a médica Montserrat Castañón, cirurgiã pediátrica do Sant Joan de Déu, o fato de ter perdido dois lóbulos de um pulmão não afetará a qualidade de vida de Alaitz em nenhum aspecto.
A operação, realizada por especialistas da Clínic de Barcelona e do Sant Joan de Déu, apresenta uma nova opção para o tratamento da atresia brônquica, uma anomalia congênita que afeta uma em cada 10 mil fetos.
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