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Sábado - 28 de Abril de 2012 às 23:18

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O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o dia 29 de fevereiro, estaria "prestes a explodir" e "sente-se como um leão enjaulado" no presídio de Papuda, em Brasília. Foi o que sua mulher, Andressa Mendonça, 30 anos, disse em entrevista à revista Veja. A afirmação veio seguida da seguinte explicação: "Carlinhos não é qualquer preso. É Carlinhos Cachoeira. Quando ele fala em explodir, a gente pode imaginar o que seja."

Para Andressa, Cachoeira não passa de um bode expiatório na operação Monte Carlo. Para a Polícia Federal, no entanto, o goiano é considerado o líder de um esquema de jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal envolvendo políticos e diversos empresários País afora. Segundo Andressa, o marido pode ser considerado um preso político e não estaria em liberdade apenas "por causa das ligações dele com um senador da República que vieram à tona". Ela acusou ainda a Polícia Federal de ter mudado os rumos das investigações depois que as relações de Cachoeira com órgãos públicos foram sendo descobertas.

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) teria recebido R$ 3,1 milhões da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, principal alvo da operação Monte Carlo. As escutas que denunciam o pagamento foram veiculadas na noite desta sexta-feira no Jornal Nacional. "Porque eu tô devendo para ele R$ 1,086 milhão. E, na verdade, eu só tenho os R$ 86 mil", diz Geovani, na gravação. Ele é um dos integrantes da quadrilha de Cachoeira, que responde: "Esse R$ 1 milhão é do Demóstenes, uai".

Em outro momento, o contraventor detalha os pagamentos ao senador. "A conta é fácil. Você deu R$ 1,5 milhão mais R$ 600 mil (para Demóstenes). Depois, segurou mais R$ 1 milhão para mim. Dá R$ 3,1 milhão. Então não tem outra conta", diz Cachoeira a Cláudio Abreu, um dos seus associados.






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