Líder da esquerda radical grega fará viagem a Paris e Berlim
Alexis Tsipras, líder da Coalizão de Esquerda Radical (Syriza), segunda legenda mais votada nas eleições gregas de 6 de maio, iniciará nesta segunda-feira uma viagem a Paris e Berlim.
Segundo um comunicado publicado neste domingo pelo partido, considerado favorito por algumas pesquisas para as novas eleições, de 17 de junho, Tsipras se reunirá na segunda-feira na capital francesa com os dirigentes da Frente de Esquerda, Jean-Luc Melenchon, e o presidente do Partido Europeu de Esquerda (PIE), Pierre Laurent.
Na terça-feira, o líder esquerdista grego se reunirá em Berlim com os dirigentes do partido Die Linke, Gregor Gysi e Oskar Lafontaine. Nas duas capitais, há coletivas de imprensa programadas.
Tsipras viaja acompanhado pelos parlamentares Yannis Dragasakis, Yorgos Stazakis e Panayiotis Lafazanis, assim como pelos responsáveis de política econômica de seu grupo, Yannis Milios, e de política europeia, Yannis Burnus.
SOCIALISTAS
Uma fonte do Syriza, que pediu para se manter no anonimato, disse neste domingo à agência Efe em Atenas que não podia confirmar nem desmentir se haverá contatos com o Partido Socialista francês e o Partido Social-Democrata alemão.
Enquanto isso, Tsipras continuou neste domingo enviando claras mensagens de rejeição ao memorando que inclui medidas de austeridade econômica exigidas por UE (União Europeia) e FMI (Fundo Monetário Internacional) conforme o acordo feito entre esses organismos e a Grécia para a concessão de empréstimos de socorro ao país.
"No dia 18 de junho não haverá mais memorando", declarou neste domingo Tsipras à emissora de rádio "Skai", em reação à recente advertência do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que disse que, "se o memorando não for aplicado ao pé da letra, não haverá ajuda econômica para a Grécia".
O político grego disse que seu partido não tem a intenção de "dar passos unilaterais" e, por isso, espera que tampouco a zona do euro o faça.
"Mas, se por acaso chegarem a nos dizer "vão embora, não há dinheiro", nós teremos de escolher entre pagar os salários e aposentadorias ou pagar os credores", afirmou Tsipras, antes de concluir: "e nesse caso, não pagaremos os credores".
Segundo as pesquisas de intenções de voto mais recentes, o grupo Syriza pode ficar em primeiro ou segundo lugar nas eleições do dia 17 de junho com entre 20,8% e 28% dos votos, numa disputa acirrada com os conservadores da Nova Democracia, enquanto, em terceiro lugar, estariam os socialistas do Pasok.
A votação reforçaria assim as três principais forças eleitas no último dia 6, embora nenhuma delas tenha conseguido formar um governo estável, o que obrigou a convocação de um novo pleito.
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