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Nacional
Quinta - 31 de Maio de 2012 às 09:22

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A gravidez é marcada por um período em que o organismo da mulher está sobrecarregado de hormônios. Por conta dessas altas taxas, é normal que a ela tenha o humor alterado durante a gestação, com sintomas semelhantes aos da tensão pré-menstrual.

Quando o bebê nasce, os níveis hormonais caem bruscamente. Nos 45 dias que se seguem ao parto, esse processo pode gerar mudanças de humor e sensação de tristeza - um fenômeno chamado de "blues puerperal". Esse acontecimento é normal, mas a situação sai do que é considerado saudável quando os sintomas se tornam mais fortes e persistem ao longo de meses. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a depressão pós-parto acomete 15% de todas as mães ao redor do mundo.

"Essa tristeza no pós-parto é bem comum e nem chega a ser considerada patologia", explica Carolina Carvalho Ambrogini, ginecologista e obstetra da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "O quadro passa a virar patologia quando a paciente começa a não ter motivação para realizar suas atividades, não quer levantar da cama e a situação se torna muito penosa - gerando uma culpa muito grande. Esses sintomas podem indicar uma depressão pós-parto", alerta. A doença pode vir até um ano após o nascimento do bebê.

Prevenir não é a questão
A depressão pós-parto não é uma doença para a qual haja uma receita de prevenção. De acordo com Carolina, a patologia está diretamente ligada à queda dos hormônios e não há como controlar esse fenômeno. É um processo natural do pós-parto. Todas as mulheres vão passam por ele: a diferença é que algumas vão desenvolver a doença emocional e outras, não.

"As pacientes que já têm um histórico de depressão, ou de alguma patologia psiquiátrica, que a gravidez não tenha sido planejada ou que a gestação tenha sido de alguma forma traumática têm uma propensão maior a desenvolver depressão pós-parto. Mas não há como definir que serão essas mulheres as que vão passar pela doença. Às vezes, uma mãe que planejou a gestação e passou muito bem pelos nove meses pode desenvolver o problema", esclarece a ginecologista. "Nós temos como descrever os fatores de risco, mas não dá para afirmar que só quem se enquadra nesse grupo vai passar por isso. Mesmo porque o fator hormonal influencia muito", diz.

O tratamento
O tratamento da depressão pós-parto é definido de acordo com o nível da doença. Em alguns casos, a prescrição de terapias já resolve o problema. Em outros, as sessões precisam ser aliadas a medicamentos. O especialista é quem vai diagnosticar e definir os rumos dos tratamentos.

Segundo a ginecologista, o ideal é que pessoas próximas à mãe tomem conta do bebê até a paciente se estabilizar. Além da terapia e das medicações, o apoio da família é essencial para a recuperação da mulher.





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