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Nacional
Domingo - 24 de Junho de 2012 às 09:50

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Roger Marques/RPCTV
Valdoir Kaufmann em sua fazenda em Santa Rita, no Paraguai
Valdoir Kaufmann em sua fazenda em Santa Rita, no Paraguai

Os "brasiguaios" - agricultores brasileiros que vivem no Paraguai, na fronteira com o Brasil - ficaram satisfeitos com a saída de Fernando Lugo e a posse do novo presidente, Federico Franco. Para eles, a mudança no governo do Paraguai será benéfica para os produtores e ajudará a diminuir o conflito entre camponeses e fazendeiros.

“Nós estamos muito felizes. Isso é um avanço para a nossa agricultura”, diz ao G1 o produtor brasileiro Afonso Almiro Schuster, que mora há 39 anos em Santa Rosa del Monday.

Schuster (Foto: Roger Marques/RPCTV)
Afonso Schuster, que vive em Santa Rosa del
Monday, no Paraguai (Foto: Roger Marques/RPCTV)

Para o agricultor, a saída de Lugo “foi a melhor coisa que podia ter acontecido ao Paraguai". "Neste ano vamos avançar, estamos muito confiantes quanto a isso”, afirma.

Schuster acredita que, com o novo presidente, irão acabar os conflitos entre os campesinos paraguaios e os fazendeiros brasileiros. “Nós, em conjunto com o governo, vamos incentivá-los a trabalhar. A partir de agora, essas ocupações de terra vão ter que terminar”, afirma o produtor.

Para que isso aconteça, segundo Schuster, é preciso que o governo brasileiro reconheça o novo presidente. “Nós precisamos que ela [presidente Dilma Rousseff] diga sim a esse novo governo”, argumenta.

Já o agricultor Protásio José Konzen, de 63 anos, que mora em Santa Rita, diz que ainda é difícil precisar se foi justa a saída de Lugo e a posse de Federico Franco. “Com Lugo ou sem Lugo, tinha que haver uma mudança. Da maneira que estavam indo as coisas, não estava bem”, afirma o brasileiro.

Protásio José Konzen (Foto: Roger Marques/RPCTV)Protásio José Konzen, agricultor brasileiro que vive em Santa Rita, no Paraguai (Foto: Roger Marques/RPCTV)

Para Konzen, Fernando Lugo "não tomava decisões sérias”. “Quando havia um problema, ele desconversava. Não tomava uma atitude”, reclama.

O brasileiro acredita que a nova mudança dará uma “amenizada” na situação dos conflitos entre fazendeiros e agricultores. “Acho que não se pode desprezar o campesino. O que o governo precisa fazer é tirar esses líderes que são violentos”, diz.

O agricultor também afirma que a maioria dos brasiguaios está “animada e pensando positivo”. “Não é nem pelo novo presidente, mas pela mudança”, complementa.

De acordo com o brasileiro Valdoir Kaufmann, de 39 anos, as primeiras palavras de Franco os deixaram “aliviados”. “Olha, a maioria do pessoal aqui não conhece o novo presidente, mas, pela situação em que estavámos, pior não vamos ficar. Acreditamos que tudo vai melhorar muito”, comenta o agricultor, que vive em Santa Rita há 20 anos.

Afastamento de Lugo
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra ele foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".

O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.

Na tarde de sexta-feira, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.

Em discurso, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado. Ele pediu que seus partidários façam manifestações pacíficas e que "o sangue dos justos" não seja mais uma vez derramado no país.

O país ainda enfrenta a rejeição de muitos vizinhos, que disseram não reconhecer Franco como presidente.





Fonte: Do G1 PR

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