Os três policiais militares presos pela morte do publicitário Ricardo Aquino deixaram, no fim da tarde desta sexta-feira (27), o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. A soltura ocorre depois que a juíza Lizandra Maria Lapena, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, determinou o envio de um ofício para o cumprimento da liminar que deu liberdade provisória aos suspeitos, na quinta-feira (26).
De acordo com informações do SPTV, foram soltos os policiais militares Luis Gustavo Teixeira Garcia, Adriano da Costa da Silva e Robson Tadeu Nascimento Paulino - acusados de participação na morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino no último dia 18 de julho. Segundo o Tribunal de Justiça, como o caso envolve a morte de um civil, foge da competência da Justiça Militar.
Na noite de quinta-feira, os policias participaram da reconstituição do crime. Eles estavam uniformizados e mostraram como agiram no dia do crime, tanto de dentro da viatura quanto do lado de fora. Os suspeitos disseram ter atirado porque viram um objeto estranho com o publicitário. As investigações revelaram que era um celular.
Em entrevista ao G1 (leia a reportagem completa), o secretário da Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto disse que não há justificativa para a ação dos policiais. “É um absurdo dizer que um policial preparado possa confundir um celular com uma arma. E, além disso, foi uma abordagem em que se evidencia a intenção de matar, uma vez que desferiram dois tiros na cabeça do motorista”, disse.
Segundo imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia, não houve abordagem. "As imagens mostram que eles desceram e atiraram no rapaz, não houve sequer abordagem", afirmou o secretário.
O laudo necroscópico que já está com a polícia confirmou a causa da morte do publicitário: dois tiros na cabeça. O delegado, porém, quer saber de qual arma partiram as balas que mataram a vítima. O inquérito ainda não está concluído, mas foi encaminhado nesta sexta-feira ao Ministério Público.
O promotor responsável pelo caso disse que embora já existam provas contra os três PMs, ele vai esperar o resultado de todos os laudos e o depoimento de todas as testemunhas para aí sim denunciar os três polícias por homicídio e fraude processual.
O advogado dos PMs Aryldo de Paula disse que não houve fraude processual, mas o promotor considerou que os policiais alteraram a cena do crime, e por isso deve denunciá-los por fraude. Já o advogado da família de Ricardo Aquino, Cid Vieira, disse esperar que a libertação dos policiais seja revogada quando o Tribunal de Justiça analisar o mérito da decisão.
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