Dilma diz que fará desoneração "geral" para indústria
Dilma ainda mandou um recado à indústria brasileira: para o governo manter os incentivos fiscais concedidos, é preciso que não haja demissão no momento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
A Folha antecipou ontem que o governo, irritado com fechamento de vagas, mandara um recado às montadoras: ou elas revertiam o processo, ou a redução de IPI seria revista.
"Nós damos incentivo para garantir o emprego", disse a presidente em Londres.
A associação dos fabricantes de veículos não se pronunciou sobre a possibilidade de perder o benefício, mas voltou a insistir no argumento de que o emprego na indústria cresceu desde janeiro deste ano.
O recado que mandou às empresas sobre os incentivos fiscais, segundo a presidente, não deve ser ouvido apenas pelo setor automotivo.
"São todos, não só as montadoras, todos os setores que receberam incentivo do governo tem de saber que nós fazemos isso por um único motivo do mundo: garantir o emprego e a renda do povo brasileiro", disse Dilma.
Dois dias depois de discutir em Londres a crise internacional com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, Dilma disse que não há como escapar das consequências do esfriamento que atinge os Estados Unidos, o Japão e os países europeus, incluindo o Reino Unido.
"O Brasil não é uma ilha. Todos os países do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] vêm sendo afetados. Não há um país que possa passar uma crise dessa sem sofrer algumas consequências", afirmou.
Dilma avisou que pretende anunciar novas medidas econômicas com foco na redução do custo do país. O governo já reduziu impostos e desonerou a folha de pagamento de setores específicos, mas, segundo Dilma, a desoneração tributária será "geral".
"O governo vai fazer uma política de investimentos na área de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. E essa política também vai ser expressa tanto através de concessão como outros marcos regulatórios", disse, mencionando ainda as medidas de redução do custo de energia.
PONTOS FORTES
A presidente não quis detalhar sua expectativa de crescimento para os próximos meses, mas destacou o que considera pontos fortes da economia brasileira no momento de crise.
"Temos hoje um sistema financeiro com um nível de exigência de capital muito maior e bastante sólido", disse. "Estamos com uma política cambial e uma política monetária e de juros que é de grande estabilidade e de grande consequência para o futuro."
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