Cientistas fazem inventário de aracnídeos no município de Juruti, no oeste do Pará, região sob influência do empreendimento de exploração mineral de bauxita da Alcoa/Omnia. As expedições realizadas nos últimos dez anos contabilizaram 11.220 aranhas, sendo 3.802 adultos, distribuídas em cinco famílias: Araneidae, Oonopidae, Corinnidae, Ctenidae e Theraphosidae.
O objetivo do trabalho da bióloga Nayane Bastos é determinar o nível de degradação ambiental que o projeto da Alcoa/Omnia oferece às populações de aracnídeos presentes no município.
"Acho muito importante o trabalho. Inventário no Brasil e em qualquer lugar do mundo é feito, mas só são escolhidos táxons mais conhecidos: mamíferos, aves, peixes, eventualmente. E Juruti é uma das áreas mais intensamente amostradas para aracnídeos, para invertebrados. O levantamento de invertebrados ainda é raro. Essa região se destaca por ter quase dez anos de coleta. Ou seja, dará um impacto bem forte", afirma Nayane.
A pesquisadora explica que o levantamento só contabiliza espécimes adultos, pois o método de identificação se dá por meio dos órgãos sexuais dos animais, tanto dos machos quanto das fêmeas. Esse pré-requisito existe por que os órgãos sexuais das aranhas só se desenvolvem na fase adulta.
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