A polícia acredita que mais de 400 empresas podem ter sido alvo do jovem e seu grupo, que seria formado por mais sete pessoas dos Estados Unidos. O prejuízo, ainda não calculado, pode ser de milhões.
O delegado Ailton Rodrigues afirma que ele usava cartões de crédito corporativos, com bandeira internacional, para pagar despesas de luxo. As transações eram feitas todas pela internet.
“São cartões corporativos virtuais. Eles, na verdade, não têm essa forma física. Na verdade, é uma autorização que existe para as despesas. Eram cartões de empresas alheias. Ele chegou a relatar que fretou um jato da cidade de Londres a Nova York pelo preço de US$ 40 mil.”
A família do suspeito é de Goiânia. Há três anos o jovem mora sozinho nos Estados Unidos. Nesse período, ele teria feito faculdade de sistemas da informação. Durante o curso, o brasileiro alegou que não tinha dinheiro para se divertir e se juntou a mais sete amigos que estavam na mesma situação. A partir daí, o grupo usou o conhecimento que tinha para aplicar golpes.
De acordo com a investigação, após o uso do cartão pelo verdadeiro dono, o grupo rastreava a troca de informações e roubava os números de identificação, além do código de segurança. Em seguida, armazenava esses dados. O procedimento era feito contra grandes empresas.
A quadrilha criou uma companhia fictícia, com suposta sede nos Estados Unidos. O rapaz enviava uma solicitação pela internet e fazia o pedido de reserva. Na solicitação constava o número do cartão.
“O que chama atenção é que ele colocava um telefone dessa empresa. Se fosse realizada uma consulta por parte do hotel, por exemplo, essa ligação ia direto para o computador dele. Ele mesmo atendia a ligação”, explica o delegado.
Nesta quarta-feira (26), porém, algo deu errado. O rapaz estava hospedado em um hotel no centro de Brasília há pouco mais de uma semana e tinha gastado quase R$ 12 mil com diárias e bebidas alcoólicas.
A Polícia Civil contou que a gerência do hotel desconfiou e entrou em contato com a administradora do cartão. Desta vez, a ligação não foi rastreada pelo computador do suspeito e a empresa titular do cartão corporativo foi localizada.
Por e-mail, a empresa dona do cartão, uma agência de viagens e eventos, negou ter feito a reserva no hotel. Informou ainda que não autorizava os gastos e desconhecia o suspeito como funcionário.
O jovem foi preso em flagrante. A polícia apreendeu outras notas fiscais de possíveis vítimas do rapaz no Brasil. “Ele irá responder pelo delito de estelionato. Será submetido a uma pena de reclusão de um a cinco anos. As investigações continuam, no sentido de identificar outras vítimas”, diz o delegado Ailton Rodrigues.
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