“A Carolina está nos surpreendendo, pois está alegre. Ela diz que só perdeu uma perna e que a única coisa que não vai poder mais fazer são as aulas de kung fu, mas que vai poder fazer todo o resto, como trabalhar e estudar”, contou o pai.
A estudante está internada no Hospital Pasteur desde sexta-feira (5), após ter sido transferida dos hospitais estaduais Rocha Faria e Getúlio Vargas. O roubo e o atropelamento ocorreram na estação de trem de Benjamin do Monte, em Campo Grande. “A Carolina está se mostrando uma pessoa muito forte. A gente chega perto dela, com tristeza, e sai rindo. A gente vai confortá-la, mas ela é que conforta a gente. Isso deixa os amigos e os tios muito felizes”, conta o pai, ressaltando que a mãe de Carolina é falecida. “Ela está mostrando uma garra incrível e fala que vai superar tudo isso: ‘Já aconteceu e não tem como voltar atrás. Mas vocês vão ver: eu vou me recuperar.’”
De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Pasteur, Carolina foi transferida do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) para um quarto na noite de segunda-feira. Na madrugada de sábado (6), a estudante fez uma drenagem de um coágulo cerebral e, de acordo com a assessoria, a cirurgia correu bem. A jovem responde bem ao tratamento, está lúcida, respirando bem e colaborativa. Sobre a fratura que Carolina sofreu na coluna, a assessoria informou que, por enquanto, não há indicação para realizar uma cirurgia, nem houve sequelas.
Retrato-falado
O delegado Marcus Druker, titular da 35ª DP (Campo Grande), aguarda autorização dos médicos e uma melhor recuperação de Carolina para pegar o depoimento da estudante. “Se ela tiver condições de fazer um retrato-falado para a gente divulgar, vamos aumentar bastante a possibilidade de localizar o suspeito”, disse o delegado.
Um agente de segurança da SuperVia relatou em depoimento que presenciou o crime de longe e que não tem condições de identificar o ladrão, que fugiu correndo, enquanto ele foi prestar socorro à jovem. O criminoso levou um videogame de Carolina, que acabou caindo no vão entre a plataforma e o trem.
O pai de Carolina espera que o criminoso seja encontrado. “Algumas pessoas chegam a me falar: ‘Se achar o cara, vamos colocar ele na linha do trem e passar por cima!’ Mas eu só quero que ele seja preso”, disse Eli. “Não tenho nenhum sentimento de vingança. Ele é um ser humano também, só que é um infeliz, e a família dele deve sofrer tanto quanto a nossa. Só isso que tenho a dizer.”
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