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Nacional
Domingo - 13 de Janeiro de 2013 às 22:30

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Duas gêmeas ficaram sem se ver durante quase 60 anos, até que um dia aconteceu uma surpresa.

“Eles vieram, almoçaram em casa, depois pegaram o ônibus e foram embora, depois eu não vi mais”, conta Dona Argentina.

Dona Argentina ainda se lembra com detalhes a última vez em que viu a irmã gêmea, quando eram ainda jovens. Faz quase 60 anos. Hoje, aos 77 anos, ela mora em Promissão, no interior paulista, a 460 quilômetros da capital.

Ela conta que a irmã e o marido arrendavam terras para cultivar e sempre se mudavam de cidade. Em uma destas mudanças, não mandaram mais notícias.

Dona Argentina teve três filhos, trabalhou também na lavoura. Nunca saiu de Promissão, e nunca se esqueceu da irmã. “Arrumava boneca de milho, fazia bonequinha, arrumava sabugo vestidinho, sempre junto”, conta.

Dona Argentina nem imaginava por onde andaria a irmã, mas uma ligação há dez dias a surpreendeu. Do outro lado da linha, Adriana, sua sobrinha-neta, tinha achado a irmã da avó pela internet. “Uma espera de 55 anos terminou em um minuto”, lembra.

Dona Adolfina, a irmã sumida, vive hoje em Dirce Reis, também no interior paulista. Criou 12 filhos trabalhando na roça. “Trabalhei muito. Tocava roça sozinha”, conta.

Ela também se lembra da irmã gêmea com muito carinho. “Nós duas não separávamos, a roupa que uma vestia a outra vestia, o mesmo calçado. Era assim que nós”, conta.

A família do lado de Dona Argentina pensava em promover o reencontro. “Eu tinha muita vontade, sempre falava para minha mãe: ‘Vamos procurar’. Mas ela falava: ‘E se a gente tiver uma surpresa ruim? Então vamos deixar quieto’”, conta a filha de Dona Argentina.

Mas a surpresa era boa, e um encontro entre as duas foi finalmente marcado.

Dona Adolfina e a família embarcaram em um ônibus. São filhos e filhas, netos, bisnetos. Durante todo este tempo, apenas 200 quilômetros separaram as irmãs gêmeas.

Nenhuma delas imaginava que a outra pudesse estar tão perto, mas esta distância já está diminuindo. E Dona Argentina não espera é um ônibus lotado de parentes. São 50 pessoas que ela vai conhecer.

A irmã gêmea que está a caminho segue ansiosa. “Não vejo a hora que chegue”. A outra irmã também aguarda: “Vou esperar, só vou esperar para dar um abraço nela”.

Apenas duas horas e meia de viagem e uma distância de quase 60 anos chega ao fim.
“Muito emocionante, a gente não tinha esperança de se encontrar”, conta Dona Argentina.


Dona Argentina também reencontrou o irmão Manoel, que também não via há muito tempo.

De rosto colado, as gêmeas parecem diferentes. “Ela emagreceu e a feição mudou muito”, diz Dona Adolfina.

“Vai ficando velha vai mudando, ela também mudou a feição. Vamos voltar a ser as gêmeas de antes, se Deus quiser”, contam a Dona Argentina.

O reencontro também deixou a família maior. E as gêmeas, separadas por 55 anos, vão ter muita história para contar uma para a outra.






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