Acidente ocorreu no dia 8 de fevereiro em Cuiabá e motorista fugiu do local. Vítima tinha 24 anos e trabalhava como pedreiro em construção na capital.
Advogado suspeito de atropelar e matar jovem não vai a depoimento
O advogado José Luiz de Carvalho Júnior não compareceu para depor, na tarde desta sexta-feira (15), na Delegacia de Divisão de Delitos de Trânsito, em Cuiabá, sobre o atropelamento e morte de um motociclista no Bairro CPA II, na madrugada do dia 8 de fevereiro. O carro do advogado invadiu a faixa contrária da pista, atingiu a vítima que passava pelo local e ainda bateu na fachada de um estabelecimento. O motociclista, de 24 anos, morreu no local.
A defesa do advogado disse ao G1 que protocolou uma petição solicitando que o delegado Jessét Arilson Munhoz, responsável pelo inquérito, agende uma nova data para o depoimento. Isso porque o advogado Bento Epifânio da Silva Filho ressaltou que seu cliente está com problemas de saúde, desde o ocorrido, e sem condições psicológicas para depor.
“Ele está tomando remédios e se encontra muito abalado. De acordo com informações da família, ele chegou a ser internado em um hospital e também teria sofrido ferimentos”, explicou. No entanto, o advogado não confirmou se era José Luiz de Carvalho quem dirigia o veículo e que teria atropelado o motociclista.
De acordo com Bento Epifânio, a única informação fornecida é de que seu cliente é proprietário do carro, entretanto, não teria a confirmação de quem dirigia naquela madrugada. “Estou tratando sobre o caso com o pai dele [advogado]. E essas são as informações que obtive até o momento”, pontuou.
O advogado José Luiz de Carvalho Júnior é filho do desembargador aposentado compulsoriamente José Luiz de Carvalho e já se envolveu em outros episódios polêmicos. Ele responde a uma ação no Tribunal de Justiça por injúria contra um funcionário de um shopping e chegou a ser atingido por tiros durante uma abordagem policial há três anos.
Ao G1, o delegado Jessét Arilson Munhoz, da Delegacia de Divisão de Delitos de Trânsito, disse que deve analisar a justificativa da ausência e fazer a notificação remarcando o depoimento. Contudo, concedeu um prazo de cinco dias para que o advogado se apresente. Como o motorista fugiu do local do acidente, o inquérito foi aberto, segundo ele, com base nos relatos de testemunhas à Polícia Militar. A informação é de que o motorista não prestou socorro e foi resgatado do local por um amigo que estava em outro veículo. O automóvel do advogado também já foi periciado pelos técnicos e está na delegacia.
A vítima trabalhava como pedreiro em uma empresa de construção, que fica no mesmo bairro, e estava indo para o local de trabalho. Além do filho do desembargador, também serão ouvidas testemunhas que presenciaram o momento em que o motociclista foi atingido pelo carro.
Avenida Brasil
O acidente foi registrado por volta das 5h [horário de Mato Grosso], na Avenida Brasil. Com a batida, o motociclista foi arremessado e morreu na hora. Ainda conforme a polícia, o motorista não prestou socorro e fugiu do local antes que a polícia chegasse. Moradores disseram aos policiais que ouviram dois barulhos no momento do acidente. Conforme as testemunhas, o condutor do carro estaria embriagado, além de aparentar estar desesperado e com medo.
“Segundo testemunhas, depois do acidente, uma pessoa que estava em um outro carro foi até o local, entrou no veículo e retirou algumas latas de bebidas e fugiu”, completou a investigadora Eliane Figueiredo, que estava na avenida para registrar o acidente. O delegado disse ainda que, se comprovado a mudança na cena do crime, conforme relatado no boletim de ocorrência, pode configurar-se crime de fraude processual.
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