Sônia Moura desembarcou no aeroporto da cidade por volta das 8h. Ela definiu como torturante acompanhar o julgamento em Contagem.
"Foi dolorido, torturante", diz mãe de Eliza
Após acompanhar nesta semana, na cidade de Contagem (MG), o julgamento que condenou o goleiro Bruno Fernandes a 22 anos e três meses de prisão, a mãe de Eliza Samudio, Sônia de Fátima Moura, desembarcou por volta das 8h (horário de MS) deste sábado (9) no aeroporto Internacional de Campo Grande. “Retornar para casa e reaver as forças perdidas”, disse na chegada.
A condenação de Bruno foi anunciada na madrugada de sexta-feira (8). Ele responde pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, fruto da relação com a jovem.
O goleiro foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.
Sônia desembarcou no aeroporto acompanhada da advogada. Emocionada e com a voz embargada, ela disse que acompanhar o julgamento foi “dolorido, sofrido e torturante”. A mãe de Eliza também afirmou que a angústia provocada pela busca do corpo da filha é algo que permanece.
“Tenho procurado, dentro destes dois anos e oito meses, resposta para isso e não têm me dado. Tenho buscado e chegado todas as vezes com a mão vazia”, afirma.
Em relação à condenação de Bruno, Sônia reafirmou que considera que a Justiça foi feita de forma parcial, mas que a decisão não era o que esperava. Também voltou a dizer que não perdoa o jogador. “Não tem perdão para aquilo que ele fez com ela”.
Após o anúncio da sentença do jogador, Sônia afirmou que seus advogados vão recorrer. Moura chegou a passar mal, na terça-feira (5), e precisou deixar a sala do Tribunal do Júri de Contagem, no momento em que era exibida uma reportagem em que a filha denunciava ter sido ameaçada por Bruno Fernandes. Na ocasião, ela chorava muito e só voltou ao local pouco mais de uma hora depois.
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Na quinta-feira (7), em interrogatório, o goleiro disse que "sabia e imaginava" que Eliza seria morta. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse nesta sexta-feira (8) que a Promotoria já tem indícios de que Bruno pagou R$ 70 mil para o réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, matar a jovem. Bola será julgado em abril.
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