Homem foi suspeito de forjar crime para receber R$ 1 mil de pagamento. Caso ganhou repercussão em setembro de 2011, em Pindobaçu, na Bahia.
Suspeito de "crime do ketchup" é recapturado após fugir da delegacia
O crime, no ano de 2011, ganhou repercussão como "caso da mulher ketchup".
Segundo o coordenador da 19ª Coordenadoria de Polícia do Interior, delegado Felipe Neri, Carlos Roberto de Jesus foi recapturado durante buscas da polícia, entre o domingo (7) e segunda-feira (8). Segundo o delegado, o preso foi localizado em Pindobaçu e foi encaminhado para a carceragem do complexo policial de Senhor do Bonfim. No total, cinco fugitivos foram recapturados, informa o coordenador. Eles usaram uma corda feita de lençóis, chamada de "tereza" para fugir da unidade policial.
Na época, segundo o delegado Marconi Almino de Lima, responsável pelo caso, Carlos Roberto foi indiciado por crime de estelionato por ter "enganado" a mandante do suposto crime para ficar com o dinheiro dela. O delegado titular de Pindobaçu disse ao G1 nesta terça-feira (9) que pediu a prisão preventiva de Carlos Alberto na época, mas que ele ainda não foi julgado. O motivo atual da prisão dele, segundo o delegado, é a participação em crimes de roubo e furto.
Entenda o caso
A polícia de Pindobaçu, município a 400 km de Salvador, foi surpreendida com uma história inusitada a partir de uma queixa de roubo. Uma mulher procurou a delegacia da cidade alegando que R$ 1 mil teriam sido tomados em assalto por um homem. Ao encontrar o suspeito, a polícia descobriu que o homem tinha sido contratado pela mulher para assassinar uma pessoa.
No entanto, em acordo firmado com aquela que seria sua vítima, o homem optou por não cometer o crime e decidiu encenar a morte usando molho de ketchup e uma faca. Em seguida, ele tirou uma fotografia da "morta", entregou à mandante como prova da ação e recebeu o pagamento. A trama foi descoberta quando a mulher que deveria estar morta foi avistada pela mandante, na feira da cidade, aos beijos com aquele que seria o seu assassino, alguns dias após a entrega da foto.
O caso aconteceu no dia 24 de junho de 2011, mas foi divulgado meses depois pela polícia de Pindobaçu, cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Segundo o delegado Marconi Almino de Lima, o homem alegou na época que teria aceito o serviço porque estava sem emprego e precisava de dinheiro. No entanto, ao perceber que a vítima era sua “conhecida”, resolveu bolar o plano.
Para dar mais realidade à fotografia apresentada como prova do crime, o homem levou a vítima para um matagal, amarrou seus braços e pernas e a amordaçou, além de inserir uma faca entre o braço e o peito da mulher, simulando um esfaqueamento. O ketchup serviu para forjar o sangue.
Inquérito
Segundo o delegado Marconi informou ao G1 nesta terça-feira, as duas mulheres envolvidas no caso - "vítima" e "mandante" - vivem em liberdade na cidade de Pindobaçu. "Pedi a prisão preventiva de todos eles, indiciei todos. Estamos esperando a decisão da Justiça. Aqui na cidade só temos um juiz substituto, que atende os casos mais urgentes", aponta o delegado.
Segundo ele, a mulher que encomendou o crime foi indiciada por denunciação caluniosa. Isso porque, ao saber que foi enganada, denunciou falsamente à polícia local que tinha sido assaltada e tinha "perdido" mil reais. O delegado explica que um crime de tentativa de homicídio, por exemplo, foi descartado porque a situação não foi consumada. A mulher que seria vítima foi indiciada por estelionato.
Crime foi forjado com uso de ketchup em "vítima"
(Foto: Reprodução/ TVBA)
Comentários