Estudante ficou ferida após ser obrigada por motorista a passar catraca. "Antes, não me preocupava em ser gorda", afirmou ao G1.
Mulher faz cirurgia bariátrica e muda hábitos após ficar presa em catraca
A estudante Carla Zurutuza, 30 anos, perdeu 37 kg após uma cirurgia bariátrica, que na segunda-feira (13) completou cinco meses, e passou a cuidar da alimentação e fazer exercícios para emagrecer mais. Ela criou coragem para enfrentar o procedimento cirúrgico depois de ficar ferida em um ônibus coletivo em Campo Grande ao ser obrigada pelo motorista a passar pela catraca e "entalar" no equipamento por ser obesa.
“Antes, eu não me preocupava em ser gorda. Quando vi que era uma limitação na minha vida e me prejudicava eu tive que tomar uma atitude”, disse ao G1.
Depois do incidente, Carla tentou evitar a possibilidade de operar, fez dieta, tomou remédios manipulados para perder peso, mas o resultado não foi o esperado. “Fui parar no hospital porque minha pressão caiu. O médico falou para eu não ficar com essas fórmulas e dietas malucas. Disse que se eu procurasse um médico [especialista] ou um nutricionista, iria emagrecer”.
Ela foi orientada pelos profissionais de que a cirurgia seria a melhor forma. Na época, ela pesava 153 kg. A estudante conta que recebeu críticas da família quando revelou o desejo em fazer a cirurgia. “Minha mãe não aceitava, tinha medo que eu passasse mal, morresse”, relata.
Ainda assim, decidida a mudar de vida, foi internada e entrou no centro cirúrgico para a intervenção no dia 13 de dezembro de 2012. A operação durou 2h30. Dois dias depois, começou a fazer exercícios com fisioterapeuta. “A cada hora eu tinha que caminhar pelos corredores, durante 10 minutos, para evitar trombose e ativar a circulação”, conta.
Carla teve, ainda, que ficar com um dreno por mais de uma semana. “Foi ruim para dormir, para tomar banho. Depois que tirei foi um alívio”.
Uma nutricionista elaborou uma dieta para a mulher. Nos 30 primeiros dias, tomava apenas líquidos. Depois, passou 25 dias comendo alimentos processados em liquidificador, peneirados e coados. “Senti falta de mastigar. Pedi para que fossem liberados alguns alimentos e deixaram comer gelatina e iogurte”, lembra.
Atualmente, a estudante consome 800 calorias por dia. Na hora do almoço, são duas colheres de arroz, uma de feijão e um pouco de carne. “Não consigo comer mais que isso porque passo mal”.
Com todo o esforço, ela já diminuiu 12 números do manequim, passando do 64 para o 52. “Agora é mais fácil encontrar roupas que sirvam”, diz.
A estudante conta que pretende começar a fazer exercícios físicos tão logo termine a faculdade. Ela explica que tem que conciliar estudo e estágio. “Fui temporariamente liberada [dos exercícios, pelo médico] por falta de tempo”.
Ela diz que está acostumada com os hábitos saudáveis, diz que ficou até mais comunicativa. “Quando perguntam por que estou emagrecendo, digo que operei. É outra vida”.
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