Débora de Brito queria clarear manchas na face causadas pela gravidez. Depois que fez procedimento, ela descobriu que médico é ginecologista.
Mulher tem rosto queimado em tratamento e denuncia erro médico
A massoterapeuta Débora de Brito Arruda, de 38 anos, denunciou um suposto erro médico nesta terça-feira (21), em Goiânia. Ela afirma que fez um tratamento para clarear manchas do rosto, que surgiram com a gravidez. No entanto, a pele ficou queimada. Além disso, ela descobriu que o médico responsável pelo procedimento, Silvio Delfino de Souza, é especialista em ginecologia e obstetrícia e não em dermatologista, como ela imaginava.
O G1 entrou em contato com o médico nesta manhã, mas ele disse que estava ocupado e não podia se pronunciar. Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) informou que já está apurando a denúncia contra o médico, protocolada no órgão no dia 18 de abril deste ano. Segundo o comunicado, o Cremego já solicitou esclarecimentos ao profissional. O cadastro de profissionais no site do conselho informa que Sílvio Delfino é especialista em ginecologia e obstetrícia.
Segundo a vítima, ela procurou uma clínica de estética para clarear as manchas. Como era um local especializado em tratamento de beleza, Débora não se preocupou com a área de atuação do médico. “Eu não procurei pesquisar sobre ele antes de fazer a aplicação. No entusiasmo na vontade de ficar bem, a gente comete um erro gravíssimo", lamenta.
O médico indicou que ela fizesse cinco sessões de laser, cada uma no valor de R$ 300. Débora conta que começou a desconfiar do tratamento na terceira sessão, quando notou que, em vez de melhorar, as manchas estavam piorando. “Meu rosto ficou escuro”, ressalta.
A massoterapeuta procurou o médico e disse que não estava segura para continuar o procedimento com ele. De acordo com Débora, a pele foi queimada pelo laser fracionado, usado no tratamento. “Propus que ele me devolvesse o dinheiro, o que foi feito. Mas esperava que ele também custeasse o tratamento com outro profissional”, argumenta.
Como o profissional não tomou nenhuma providência, ela conta que resolveu denunciá-lo no 8º Distrito Policial de Goiânia. “Espero que ele seja penalizado”, ressalta. Débora acredita que outras pessoas devem procurar a delegacia. “Inclusive, tenho uma amiga que também teve as pernas queimadas ao fazer um tratamento para estria com ele", declara.
O delegado titular do 8º DP, Valdir Soares, afirmou que Sílvio Delfino foi intimado a depor. Ele deve ser ouvido na quarta-feira (22). "Ele vai ser indiciado por lesão corporal. A gente vai depender de outros exames complementares. Mas, sem dúvida, essa deformidade no rosto da vítima tem causado grande constrangimento pra ela", informou. O delegado alerta ainda para que as pessoas tomem muito cuidado ao escolher um médico. "É fundamental pesquisar sobre ele", ressalta.
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