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Cidades
Sábado - 20 de Julho de 2013 às 07:12

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Aproximadamente 80% das mortes entre jovens, entre 15 e 24 anos, em Mato Grosso acontecem por conta da violência. Número muito maior do que entre a população não-jovem, formada por crianças, adultos e idosos, que é de apenas 12%. O Estado ainda é o terceiro no ranking de jovens que mais morrem no trânsito.

De acordo com o estudo, Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil, divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), no estado apenas 20,4% das mortes de jovens ocorrem da maneira natural, na população não-jovem o número sobe para 87,1%.

O estudo dividiu as mortes por motivos externos ou não-naturais em trânsito, homicídios, suicídios ou motivadas por violências em geral. O trânsito foi responsável por 31% das mortes não-naturais para os jovens no estado. Apenas os estados de Santa Catarina (41%) e Piauí (33%) ficaram a frente. A média nacional, porém é bem inferior, 20,4%.

Os dados apontaram ainda que no estado 8,8% das mortes por motivos externos em jovens acontecem em suicídios, 29,9% em homicídios e 69,7% demais formas de violência. Para os não-jovens os números são bem inferiores. 4,9% em homicídios, 1,1% suicídios, 3,5% no trânsito e 9,6% de maneiras violentas.

De acordo com a coordenadora Comissão Interestadual do Centro-Oeste para Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes (CIRCO), Dilma Camargo, diversos fatores são responsáveis pelo número alto de mortes entre esta faixa etária da população. Porém, ela ressaltou que atualmente as drogas são as principais responsáveis pelo índice.

“A facilidade de se adquirir tanto drogas lícitas, como o álcool, quanto ilícitas tem sido a principal vilã dos jovens. Quando não morrem em detrimento do consumo, bebem e decidem dirigir. Eles acabam também se envolvendo em outras mortes motivadas pelos narcóticos. Basta olhar no Pomeri e ver que a maioria dos que estão lá é por culpa disto.”

Segundo Dilma, a falta de políticas públicas para esta faixa etária da população também dificulta com que o dado seja revertido no estado. “Temos muita dificuldade de inferir de forma positiva na vida destes jovens, sem recursos e programas fica ainda mais difícil”, afirmou.

De acordo com Naldson Ramos da Costa, coordenador do Núcleo de estudos de Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso, os jovens são mais vulneráveis a violência do que as outras classes. “Do ponto de vista social os que sofrem violência estão em situação de vulnerabilidade. Do ponto de vista psicológico, a formação da personalidade faz com que optem sempre pelos ideais do grupo, no caso, outros jovens, e isto os leva a desafiarem e experimentar mais. Do ponto de vista jurídico, eles não tem os mesmos temores da lei do que as outras populações e por isso desafiam tanto as normas e por isso ficam mais vulneráveis.”

 






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