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Nacional
Sábado - 20 de Julho de 2013 às 07:48

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Presidente da Bolívia, Evo Morales, fala à imprensa no palácio presidencial em La Paz  nesta sexta-feira (19) (Foto: Juan Karita/ AP)

Presidente da Bolívia, Evo Morales, fala à imprensa no palácio presidencial em La Paz nesta sexta-feira (19) (Foto: Juan Karita/ AP)

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu desculpas nesta.sexta-feira (19) ao Brasil pela revista em um avião militar brasileiro no final de 2011, assegurando não ter sido informado sobre o assunto, e prometeu punir quem violou a imunidade do país vizinho.

"Desculpas ao povo brasileiro, a seu governo. Não foi instrução do presidente, do vice-presidente, nem do gabinte", afirmou, referindo-se à revista.

"Sinto que alguns oficiais exageraram. Sob pretexto de luta contra o narcotráfico, não respeitam os aviões oficiais", afirmou Morales em entrevista em La Paz.

No entanto, Morales considerou que o assunto está resolvido entre a chancelaria e a embaixada brasileira, apesar de admitir que isso ainda não é suficiente.

Segundo o presidente, o caso será averiguado, e os responsáveis serão punidos.

O Brasil apresentou uma queixa oficial ao governo boliviano pelo fato de o avião em que se encontrava o ministro da Defesa ter sido revistado em uma viagem a La Paz, em 2011, e afirmou que, se uma ação similar voltar a ocorrer, será aplicado o "princípio da reciprocidade".

Este incidente com o Brasil foi revelado depois que quatro países europeus proibiram, no início de julho, o avião de Evo Morales, que regressava de Moscou e ia para La Paz, de usar seu espaço aéreo por conta de rumores de que transportava o ex-agente de inteligência americano Edward Snowden, procurado por Washington por acusações de espionagem.

"Eu não tinha nenhuma informação. Apenas nos últimos dias fomos informados pelos meios de comunicação", defendeu-se Morales, referindo-se ao avião do governo brasileiro.

O presidente boliviano ainda ensaiou uma explicação sobre o por que, em sua opinião, este incidente veio à luz dois anos depois de ter ocorrido.

"Sinto que, no Brasil e na Bolívia, querem nos confrontar. Alguns subalternos estão interessados em nos confrontar. Não vão conseguir nada porque existe uma confiança única, antes com Lula e agora Dilma (Rousseff). Esta confiança vai continuar", garantiu Morales.

O governo boliviano admitiu na quarta-feira que agentes da polícia antinarcóticos revistaram na Bolívia um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), mas garantiu que a medida não teve relação com o caso do senador Roger Pinto, asilado na embaixada do Brasil em La Paz.

"Às vezes, os agentes da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico cometem algumas infâmias porque não sabem se é um avião "VIP" ou não. Houve uma reclamação (do Brasil) e esclarecemos isto", assinalou o chefe da diplomacia boliviana, David Choquehuanca, em entrevista à AFP.

Choquehuanca respondeu nestes termos um comunicado emitido na terça-feira pelo ministério da Defesa do Brasil sobre o incidente envolvendo o avião militar a serviço do ministro Amorim, que não estava na aeronave.

Segundo Brasília, "no segundo semestre de 2011 ocorreram ações por parte das autoridades bolivianas que configuraram violações da imunidade das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB)".

O chanceler boliviano destacou que a revista no avião da FAB "não teve o objetivo de encontrar o senhor (senador Róger) Pinto", asilado há mais de um ano na embaixada brasileira em La Paz, mas sem salvo-conduto para sair da Bolívia.

Pinto, alvo de uma série de ações judiciais do governo Morales, pediu asilo ao Brasil alegando perseguição política.

La Paz nega o salvo-conduto ao senador oposicionista alegando que Pinto está sendo processado no país por corrupção durante seu período de 10 anos como funcionário público, e que já foi condenado a um ano de prisão.

A oposição boliviana aproveitou a notícia do incidente com o avião do Brasil para assinalar que o governo de Evo Morales tem dois pesos e duas medidas: revista as aeronaves estrangeiras e fica indignado quando lhe pedem para seguir procedimentos similares, como ocorreu com o avião presidencial há duas semanas, na Europa.





Fonte: Do G1

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