Sérgio Ricardo critica rixa entre Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro Para o conselheiro do TCE essa picuinha política prejudicou a saúde da Capital
O conselheiro Sergio Ricardo classificou como "irracional" a rixa entre o governador Mauro Mendes (União) e o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB). Para ele, essa picuinha política prejudicou a saúde da Capital.
"Existe muito discurso político, é uma briga irracional, totalmente desnecessária. Existe uma briga entre dois entes gerenciais, de um governador e prefeito, uma briga tão acirrada que meio que cega, cria uma nevoa. O processo político é assim mesmo, mas não poderia ser, pois envolve a saúde. A saúde foi muito prejudicada por causa de desentendimento político", disse.
O integrante da Corte de Contas, contudo, frisa que não é apenas essa briga política entre os gestores que levou a saúde ao caos. Sergio Ricardo frisa que também faltou gestão por parte do prefeito da Capital.
Ele, inclusive, não poupa críticas a Emanuel. "O quadro da saúde veio se agravando e quando a gente analisa quais foram os motivos a gente observa que foram falta de dinheiro e falta de gestão", enfatizou.
Com relação a questão financeira, o conselheiro, de certa forma, ainda desmente o chefe do Executivo Municipal, que por diversas vezes alegou que o repasse para a saúde do Governo do Estado estava atrasado.
Segundo Sergio Ricardo, o Tribunal de Contas não constatou atrasos no repasse para o município. Diante disso, acredita que o caos no setor se deve muito mais a gestão do que a falta de recurso.
"Nas análises que fizemos não vemos a falta de repasse do governo para o município, a gente não observa isso. Na minha modesta opinião como cidadão, faltou mais gestão do que dinheiro", completou.
Por outro lado, o conselheiro elogia as ações promovidas pela equipe de intervenção, que assumiu as rédeas da saúde de Cuiabá no início de março deste ano por determinação do Tribunal de Justiça.
"A partir do momento em que a gestão passou a ser feita por uma intervenção e houve aplicação de recursos do estado, a saúde começou a se desenvolver, os nós começaram a se desfazer e a gente observa isso através das cirurgias sendo feitas, leitos de UTIs sendo liberados", colocou.
Para ele, é nítida a evolução do setor após o Governo do Estado assumir a Secretaria de Saúde do município. "Então, a gente observa que houve evolução no serviço de saúde para a população. Então, eu vejo que durante o processo de intervenção, a população está tendo atendimento na saúde", concluiu.
No último domingo (21), o Ministério Público Estadual pediu a prorrogação da intervenção por mais 90 dias, sob a alegação de que os três meses inicias não foram o suficiente para implementar todas as medidas necessárias para o setor.
A petição, assinada pelo procurador-geral de Justiça, Deosdete da Cruz, foi protocolada junto ao Judiciário de Mato Grosso nesta segunda-feira (22). O documento foi encaminhado para o desembargador Orlando Perri, relator do processo.
Antes de decidir sobre o tema, o magistrado deve acionar o Tribunal de Contas, para que ele se manifeste sobre o pedido. "Essa semana será apresentado o último relatório da intervenção e temos que analisar qual é o pedido, de fato, qual o parecer, vamos encaminhar também o pedido para ter um parecer do Ministério Público de Contas, e aí vamos, o mais rápido possível, analisar esse pedido", explicou Sergio Ricardo.
De acordo com ele, o último relatório da equipe de intervenção, que será apresentado nesta quinta-feira (25) aos conselheiros de Mato Grosso, será essencial para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) se posicione no de prorrogação da intervenção estadual na saúde de Cuiabá.
"Vamos ver o que evoluiu, analisar se voltar para a prefeitura ela estará em condições de dar sequência, porque essa é uma questão que não tem muita dificuldade de decidir, pois tem números e relatórios", finalizou.
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