Desvalorização da saca do milho abre oportunidades aos pecuaristas Em cerca de um mês e meio, os preços do milho saíram de R$ 65/Sc para R$38/Sc em Mato Grosso
O atual cenário de preço do milho em queda apresenta um quadro positivo para os pecuaristas mato-grossenses que trabalham com a engorda de gado. Em cerca de um mês e meio, os preços do milho saíram de R$ 65/Sc para R$38/Sc em Mato Grosso. Esse panorama favorece, principalmente, quem vai engordar gado no segundo semestre, período em que tradicionalmente o confinamento é potencializado, como forma de amenizar os impactos da seca.
Dessa forma, o planejamento correto pode gerar boa lucratividade aos produtores, já que o grão representa, em média, 80% no consumo do animal. A situação positiva, porém, merece cautela e uma atenção no planejamento estratégico a ser trabalhado.
Isso porque, uma maior oferta de boi gordo pode “inflar” o mercado e, consequentemente, acabar desvalorizando o produto, inclusive, da mesma forma como aconteceu com o milho. Além do milho barato, a compra de animais “magros” para serem engordados também está beneficiando a atividade, conforme pontua Rafael Grings, consultor de commodities.
“O cenário é de bastante oferta com o boi magro, que já está quase pronto e o milho também está com um preço ótimo. O custo de produção da arroba está barato e o de venda com bom retorno. Tem pecuarista conseguindo alcançar um lucro de 30%, mas isso é claro, quando há um devido planejamento. Por isso, sempre indicamos que seja traçado um plano de trabalho para que as melhores margens possam surgir”.
Ainda segundo Grings, o avanço na produção de carne pode gerar economia também para quem compra direto no açougue. “Com o preço da arroba caindo, isso pode favorecer o consumidor, ainda que a pecuária mato-grossense seja fortemente ligada à exportação”.
CARNE DE MATO GROSSO - Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que a exportação de carne bovina mato-grossense atingiu o maior patamar da série histórica em 2022.
O montante representa cerca de US$ 183,69 bilhões, 59,31% a mais em relação ao ano anterior.
A China é a maior importadora do produto, comprando cerca de 64,12% de toda produção. A relação chegou a ser estremecida no início de 2023 com o caso da vaca louca registrado no Brasil, mas o embargo foi suspenso após análises comprovarem que se tratava de um “caso atípico”.
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