Brasileiro teme desemprego, mas não sabe poupar Pesquisa diz que consumidor conseguiu poupar R$ 1.195 no 2º tri, o menor valor da história
A crise econômica provoca o medo do desemprego e deixa o porquinho do brasileiro cada vez mais magro. Uma pesquisa do Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), e do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo) divulgada nesta quarta-feira (8) comprova que o brasileiro está poupando menos e está cada vez mais temeroso com a situação do emprego.
No segundo trimestre de 2015, apenas 16% dos consumidores conseguiram guardar algum dinheiro — o menor patamar desde o segundo trimestre de 2013, quando a pesquisa começou a contabilizar o montante guardado e se iniciou a série histórica.
Em média, os brasileiros pouparam R$ 1.195,63 durante os meses de abril, maio e junho. Significa dizer que foi possível juntar pouco menos de R$ 400 por mês. No primeiro trimestre, a média das economias tinha totalizado R$ 16.43,79 e, no quarto trimestre de 2014, R$ 1.834,76. Portanto, há uma tendência de queda, avisa o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo.
— São três meses consecutivos de redução da poupança das famílias e cada vez menos brasileiros conseguem guardar dinheiro. Tudo isso é provocado pela redução da parte do orçamento das famílias para novas compras. Agora, são 6% do total, mas eram 11,2% no mesmo período do ano passado.O principal motivo é a redução do poder de compra, provocado pela escalada da inflação — que hoje está em 8,89% nos últimos 12 meses e bem acima do centro da meta do BC (Banco Central) de 4,5% — e pela alta dos juros, que deixa os financiamentos e o crediário mais caros para o consumidor.
Se a poupança está ruim, o brasileiro também está temeroso em relação ao desemprego — e isso vale tanto para quem tem emprego e está pessimista sobre o seu futuro e para quem não tem emprego e está pessimista para arranjar um trabalho. A pesquisa mostra que o nível de desemprego deverá subir 48,9% no terceiro trimestre de 2015.
A PME (Pesquisa Mensal do Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicou que o desemprego subiu e alcançou 6,7% em maio.
A pesquisa levou em conta 500 entrevistas realizadas entre 8 e 19 de junho de 2015 na cidade de São Paulo. Sete em cada dez respondentes ganham de 3,1 a oito salários mínimos (de R$ 2.442,80 a R$ 6.304).
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