"O Centro-Oeste carrega o Brasil nas costas", afirma Ciro Gomes
Se não fosse a região Centro-Oeste o dólar poderia estar na casa dos R$ 5 a R$ 6 e a inflação ao redor dos 25% ou 30% ao ano. A opinião é do ex-ministro da Fazenda e Integração Ciro Gomes. Na sua visão o fato vem ocorrendo a quase duas décadas diante a região ser promissora, principalmente em agropecuária.
Em entrevista exclusiva ao Agro Olhar, durante a 8ª edição da Parecis SuperAgro, em Campo Novo dos Parecis, pouco antes de sua palestra no dia 13, Ciro Gomes declarou que "Há quase duas décadas o Centro-Oeste carrega o Brasil nas costas".
“Todas as vezes que a ronda do pessimismo e do medo do futuro me aterrorizam em meus pesadelos em relação ao Brasil eu dou um jeito de voltar ao Centro-Oeste, porque aqui eu restauro a minha confiança de que por esse caminho de trabalho árduo e sério, humilde, modesto e muito rico o que se produz aqui no Centro-Oeste brasileiro. Isso é uma pista do que precisamos para o nosso país e digo isso não apenas por uma homenagem muito gostosa que faço por estar aqui, eu que devo tantas gentilezas ao povo dessa região do Brasil, mas é porque eu estou muito preocupado com o futuro imediato do país. O Brasil vive uma equação nesse momento de crise política e crise econômica com contornos que no passado deram em rupturas muito desagradáveis”, ressaltou o ex-ministro.
Conforme Ciro Gomes, as contas externas brasileira são "explosivamente insustentáveis" da forma como estão hoje, o que impõe para o país uma ameaça de inflação, "que não é mais marginal e sim uma inflação que pode frequentar um patamar que há muitos anos nós não trabalhávamos de 10% ao ano".
Para Ciro Gomes o cenário político-econômico brasileiro atual é "muito complexo" exigindo uma energia política e criatividade para contornar que não se esta vendo nesse momento no país. “Eu acho que nós temos que nos levantar de baixo para cima, menos nessas expressões de protestos de rua que eu vejo com um misto de esperança e preocupação. Esperança porque a sociedade brasileira não pode mais aceitar passivamente que essas coisas aconteçam sem demarcar um campo de insatisfação. Esse é o lado esperançoso disso. Mas, o outro lado tem uma despolitização muito preocupante quando eu vejo, por exemplo, a sociedade ser manipulada”.
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