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Opinião
Terça - 06 de Agosto de 2013 às 16:09
Por: Onofre Ribeiro

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 Confesso que tudo já ficou repetitivo. Manifestações dos jovens nas ruas contra tantas coisas, o Papa Francisco, suas pregações e recados. Porém, nada é mais repetitivo do que a mesmice daquilo contra quem os jovens se indignaram, e aqueles vícios que o papa criticou. Nada mudou no país, se considerarmos só a percepção dos governantes e dos políticos.
 
Contudo, tudo mudou. As manifestações de rua pregaram uma linguagem de indignação. Parece óbvio, mas o mundo que governa o Brasil em todos os níveis da gestão pública, não percebeu. Quando o último estudante saiu da rua depois da manifestação respirou-se aliviado nos feudos da gestão pública, da gestão política e da gestão judiciária. Acabou, pensaram!
 
A voz juvenil nos disse que desabou o modelo de gestão pública no Brasil, que desabou o modelo de representação política e até mesmo de representação sindical, entre outros segmentos que perderam de repente uma imaginária credibilidade. Isso é grave porque acontece a um ano das eleições gerais de 2014. Perguntaria o leitor, certamente angustiado: o que vai acontecer?
 
Não há respostas, porque sabe-se desde agora que o perfil dos candidatos aos cargos eletivos não será esse que está aí. Mas, também, não se sabe qual será, porque a linguagem que as ruas está emitindo indica algo mais horizontal, sem os vícios dos partidos políticos, sem os vícios do poder político que parasita o Estado brasileiro, incapaz de se comunicar horizontalmente.
 
Na última sexta-feira participei como palestrante do “Seminário Mato Grosso do Futuro - Um novo olhar para nosso estado”, promovido na Federação das Indústrias de Mato Grosso, onde desfilaram palestras de representantes da CNI-Confederação Nacional da Indústria, e os senadores Pedro Taques e Armando Monteiro (ex-presidente da CNI). Foram palestras de altíssimo padrão, todas convergentes para os sinais que apontaram para a reconstrução do modelo de gestão pública e de representação política brasileiras. Sem que os palestrantes se comunicassem previamente, todos apontaram a fragilidade da economia, da representação política e o desmonte da gestão pública manifesta na forma da piora do serviços prestados ao cidadão e da ineficiência do Estado frente à sociedade.
Saí do seminário preocupado com a montagem das candidaturas eleitorais de 2014, com a direção dos discursos políticos e com a reconstrução da ideia de Estado dentro de um ambiente econômico e político internos fragilizados e de uma economia mundial competitiva e predatória contra o Brasil quase desgovernado.


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