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Opinião
Quinta - 09 de Setembro de 2010 às 09:24
Por: Gabriel Novis Neves

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Em uma caminhada ecológica, se encontrar um tatu em cima de uma árvore, tenha a certeza que alguém o colocou ali. Tatu não sobe em pau.

Assistindo a um dos inúmeros comerciais políticos que são inseridos nos intervalos das programações da televisão, descobri quem colocou o tatu na árvore. E esta pessoa deve estar no momento profundamente arrependida. Ou tem uma carta escondida no punho do paletó para não estrilar agora, e já. A candidata ao Planalto, num ato falho, criticou abertamente o seu antecessor, foi a impressão que me passou.

Ele, em oito anos de Planalto, não fez absolutamente nada de importante para este país. Ela citou como uma das grandes realizações do governo findante, a compra do moderníssimo avião para viagens de missões de paz - como a conseguida no oriente médio e o desarmamento nuclear do Irã; o apoio cristão ao doente chefe da Ilha e outras viagens para conhecer o mundo desigual. Esse caríssimo avião também serve de ambulância para a equipe médica especializada do Rio Grande do Sul, e que todo mês vem prestar socorro a pacientes no planalto central.

Prometeu se eleita colocar este país em ordem a partir do dia 1º de janeiro de 2011 - nisso concordo com ela, o país está uma grande desordem. Mato Grosso será uns dos primeiros a lucrar com os seus planos. Teremos milhares de soldados das forças armadas patrulhando a nossa imensa faixa de fronteiras para impedir a entrada da cocaína, principalmente vinda da Bolívia. Só falta obter o aceite do amigo presidente cocaleiro. Todos sabem que o pó branco é o grande produto exportador dos nossos vizinhos.

Vencido esses pequenos obstáculos diplomáticos, com a eficiente equipe que não será mudada (pedido do Chávez), vai correr muito dinheiro na fronteira. Com a chegada de novos empreendedores, e eu estou pensando seriamente em me incluir nesse grupo, forçaremos o governo do estado a aumentar o seu efetivo para manter a ordem. Dinheiro na mão é vendaval. Exige medidas preventivas.

Convidei, após ouvir esse pronunciamento, dois sócios para ganhar muito dinheiro na fronteira, coisa que não conseguimos com meio século de exercício da Medicina. As decisões exigem urgência, afinal de contas janeiro está ai. Em estudo de viabilidade econômica para implantação imediata, encontra-se uma rede de bordéis, para atender as classes A, B e C. Amanhã providenciaremos voluntárias para essa missão de paz, que salvará muitas famílias do narcotráfico e suas conseqüências. O grupo estuda também para implantação simultânea uma rede de farmácias, por motivos óbvios. Ia me esquecendo da loja de armas moderníssimas importadas da Bolívia. Vamos tentar recursos desse banco que anda emprestando milhões, para construções dos antigos estádios de futebol, hoje chamados de Arena em homenagem a falecida. Até o Corinthians Paulista que não possui torcedores importantes, conseguiu um dinheirinho...

Para um segundo momento, outros serviços estarão em pauta, como uma boa alfaiataria. Os ricos gostam de roupas sob medida não é?

O comercial da moça me encheu de esperanças, e me deixou a sensação que fui logrado nos últimos oito anos, camuflados por um excelente, competente e caro serviço de marketing, pago por nós.

O Tesouro está estourando dinheiro que o outro não utilizou por pura preguiça. Estou contando os dias para janeiro chegar! Os sonhos dos brasileiros serão realizados, e por curiosidade irei conhecer pessoas que não podem faltar à festa da posse. Como estará pensando o responsável pelo tatu na árvore?


*Gabriel Novis Neves
é médico em Cuiabá.



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