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Opinião
Quinta - 16 de Setembro de 2010 às 06:12
Por: Lourembergue Alves

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Todos os dias os grandes jornais do Estado de Mato Grosso divulgam dados da grande eleição que se aproxima. Nada de novo na verdade. Os resultados mostram a realidade de um povo que não sabe votar e não se preocupa com os resultados de sua má escolha. Infelizmente é assim. Não sabem esses cidadãos que uma decisão ruim significa manter por mais quatro longos anos o país infestado de sanguessugas.

O povo e só ele tem o poder de mudar o rumo que a vida do lugar em que habita está tomando. Ninguém mais. Ninguém mais se preocupa com isso. Todas as instituições agem como se mancomunadas. Isso é bem óbvio. São falíveis. São humanas e com isso carregam toda a lista de predicados que nós evitamos ter.

Porém, o povo é quem pode tirar ou manter aquela peça importante as suas aspirações para formar uma sociedade mais bem organizada e respeitada.

Em andanças aleatórias pelos bairros dessa grande e quente Capital avistamos a falta de tudo, de saneamento a um asfalto decente. Porém as fotos dos candidatos apoiados se proliferam e escondem a paisagem (nada que agrade a qualquer transeunte). O pior é que são os mesmos que já estão no cenário faz algum tempo. Os políticos profissionais.

Esses bairros não são novos. Mas continuam no mesmo estado de quando foram criados. Nada mudou.

O ingrediente é simples. Em época de eleição a muvuca é imensa. A agitação é grande. A busca por votos movimenta a cidade. Porém, quando os eleitos tomam seus postos esquecem-se de tudo. Esquecem-se do que lhe incumbe o cargo. As instituições tanto Executiva quanto Legislativa tornam-se letárgicas. Sem sentido. Desprovida de qualquer importância.

Esse é um dos principais (ou o principal) motivo da pouca importância dada a esse momento (que deveria ser sacro). Os cidadãos enxergam o ato de votar de pouca importância para mudança do cenário atual. Acham que todos esses candidatos são iguais e, não veem motivos para tanto desperdício de tempo e dirigir-se até a sua zona eleitoral e exercer seu direito.

Tudo isso se junta a grande pobreza do país. Pobreza não só de falta de bens materiais, mas pela precária infraestrutura educacional e carência cultural. Muitos do povo percebem ser a chance de ganhar um presentinho daquele candidato e assim saírem no lucro, porém não notam que isso incita os aventureiros a mergulharem no profissionalismo da política e sugarem os cofres públicos.

O voto, como já fora dito aqui, é a arma mais próxima dos cidadãos e que pode ser utilizada como dedetizadora, eliminando qualquer candidato que não demonstrou intenção de atuar com compromisso e propriedade na função.

Só para relaxar. Dias desses assistindo a propaganda eleitoral do presidenciável José Serra, vendo-o degustando em periferias do país alimentos em feiras, em quiosques ou botecos de esquina, em restaurantes populares, veio a mente a música do saudoso Bezerra da Silva: Ele subiu o morro sem gravata/ Dizendo que gostava da raça/ Foi lá na tendinha/ Bebeu cachaça/ E até bagulho fumou/ Foi no meu barracão/ E lá usou/ Lata de goiabada como prato/ Eu logo percebi/ É mais um candidato/ Às próximas eleições.

O que parece é que temendo ser taxado de candidato da burguesia, quer se aproximar mais do povão. Contudo, isso fica um pouco escrachado. É, mas em eleições vale tudo e isso é o de menos se se analisar o que já aconteceu nos momentos que se arrastam até a eleição. Vamos observar ainda mais. Rir talvez, mas pelo jeito choraremos com certeza...


* LOUREMBERGUE ALVES JÚNIOR
, advogado, Diretor Jurídico da Federação Matogrossense de Capoeira e aprendiz de poeta.

louremberguealves_jr@hotmail.com



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